Polícia Civil cumpre 27 mandados contra criminosos que sequestraram e extorquiram comprador de milho do Rio Grande do Norte | FTN Brasil
PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta sexta-feira, 20 de dezembro de 2024, a Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande, deflagrou a Operação Árpagas. A ação visa desarticular uma organização criminosa envolvida em crimes de roubo majorado e extorsão qualificada. Foram expedidos 27 mandados judiciais, incluindo seis de prisão preventiva, 20 de busca e apreensão, além do sequestro de um veículo utilizado nos crimes. As ordens judiciais emitidas pela 2ª Vara Criminal de Várzea Grande foram cumpridas em endereços localizados em Várzea Grande, Cuiabá e Rio Branco (AC). Das seis prisões preventivas decretadas, cinco foram efetivadas até o momento.
A investigação teve início a partir de um roubo ocorrido em dezembro do ano passado, quando representante comercial do Rio Grande do Norte foi sequestrado e extorquido por um grupo criminoso. A vítima trabalhava com compra e venda de insumos para ração animal e veio a Mato Grosso negociar sacas de milho anunciadas na internet.
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A vítima relatou na delegacia que viu um anúncio em rede social sobre a venda de saca do milho pelo valor de R$ 33,00, em uma fazenda no interior de Mato Grosso. O anunciante teria então direcionado a finalização da venda a seu suposto patrão e proprietário da fazenda e que providenciaria o transporte da vítima até a sua propriedade e que o veículo teria a identificação da fazenda.
Na data combinada, uma pessoa em um Fiat Mobi foi até o hotel onde a vítima estava hospedada, próximo à rodoviária de Cuiabá, e a levou até uma casa, em uma estrada de chão, em Várzea Grande, onde foi mantida em cárcere privado, sob a mira de armas de fogo, por dois criminosos que lhe roubaram seu aparelho celular, dinheiro e roupas.
Ainda sob ameaça, os criminosos obrigaram a vítima a intermediar com duas empresas no Rio Grande do Norte a aquisição de sacas de milho.
Em um primeiro momento, a vítima foi coagida a usar seu próprio telefone para falar com o representante da empresa para que comprasse 400 sacas de milho, a 75 reais a unidade e solicitar um adiantamento de R$ 20 mil, que deveria ser depositado em uma conta fornecida pelos criminosos. Na sequência, a dupla obrigou a vítima a entrar em contato com outra empresa, também do RN, para que comprasse 250 sacas de milho e pedir o adiantamento de 18.750 mil.
Na ocasião do sequestro e roubo, um dos integrantes da organização criminosa foi preso em flagrante pela equipe da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Várzea Grande.
Com o avanço das investigações, a Polícia Civil conseguiu identificar todos os envolvidos no esquema criminoso, que atuavam de maneira estruturada e organizada. Cada membro tinha funções específicas, demonstrando uma distribuição de tarefas bem definida dentro do grupo, o que reforça a complexidade e a coordenação das ações ilícitas.
Uma mulher foi identificada como o “caixa” da organização criminosa. As quantias extorquidas da vítima foram depositadas em sua conta. Na sequência, ela distribuiu o dinheiro a outro comparsas do grupo criminoso.
A investigação apontou também quem emprestou o Fiat Mobi, a pessoa que emprestou a casa onde a vítima foi mantida em cativeiro e aos que se beneficiaram dos valores extorquidos da vítima e elencou ainda o papel do líder da ação criminosa, que planejou e executou o roubo e a extorsão. A Derf de Várzea Grande chegou ainda a outros investigados, moradores do estado do Acre, que tiveram a função de arregimentar outras pessoas para emprestarem as contas bancárias para receber os valores extorquidos.
O delegado Alexandre Nazareth explica que a investigação permitiu identificar os papeis de cada criminoso, entre eles os dois principais executores da ação, como o criminoso, que foi o pseudonegociador de grãos na internet e aquele que foi o motorista do bando. “Foi um deles quem providenciou a arma de fogo, o veículo, arregimentou comparsas, o adesivo com a rubrica da propriedade rural, tudo visando garantir o resultado promissor do evento criminoso e prestou contas do que fazia ao criminoso que foi o negociador falso dos graõs”, observou o delegado.
A operação contou com o apoio das Delegacias Regionais de Cuiabá e Várzea Grande, da Gerência de Operações Especiais (GOE) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), destacando a atuação conjunta das forças de segurança no combate ao crime organizado.
A Operação Árpagas é mais uma iniciativa da Polícia Civil de Mato Grosso no combate ao crime organizado, visando desarticular grupos criminosos e garantir a segurança da população.