Agricultura digital e pesquisas auxiliam Brasil avançar na produção de alimentos

Agricultura digital e pesquisas auxiliam Brasil avançar na produção de alimentos
Publicado em 04/10/2024 às 13:04

Drones, máquinas cada vez mais modernas, plataformas que permitem mapear talhões que necessitam de atenção e cultivares que atendem cada tipo de solo, clima e resistência a pragas, doenças e estresse climático. Em quase 40 anos a produção agrícola no Brasil evoluiu diante da agricultura digital e das pesquisas, permitindo ao país, e principalmente Mato Grosso, a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

“Isso é o que nos anima, porque a cada ano você tem variedades mais resistentes, variedades com novas tecnologias que vão trazer mais produtividade. O produtor paga a conta com produtividade. Precisa ter produtividade e essas inovações deixam a gente confortável para olhar para o futuro e dizer ‘Bom nós temos futuro. Nós temos aonde se apegar para ter produtividade”.

A pontuação foi dada pelo produtor mato-grossense Gilson Pinesso à reportagem do Canal Rural Mato Grosso, que no começo de setembro conferiu as últimas novidades para a produção de algodão durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão, realizado em Fortaleza (CE).

De acordo com o produtor, as telecomunicações e a internet são pontos que ainda precisam de muita melhora “para que tudo funcione adequadamente”.

“Estamos falando de drones, máquinas modernas. É uma realidade. São inovações que vêm chegando para o agro e, principalmente, para o Brasil. Nós somos uma agricultura tropical. Plantamos duas safras por ano, três safras. É intenso o nosso trabalho no campo. Então precisamos de muita tecnologia e muita rapidez. Diferente do resto do mundo que planta uma safra só”.

Rodrigo Burci, gerente nacional de algodão da Basf, comenta que a cada dia as empresas buscam trazer para o mercado produtos que auxiliem cada vez mais os produtores, em especial no controle de pragas, como a mosca branca, percevejos, lagartas, pulgão, “porque fazer todo esse movimento de plantar e depois chegar no final e perder em qualidade ou perder para uma praga, não dá”.

“O nosso papel [quanto pesquisa, companhia] é trazer produtos de qualidade que vão incrementar a produtividade dele, que vão ajudar no dia a dia a rentabilidade e, consequentemente, ele vai ter um legado maior”.

Agricultura digital: uma aliada da rentabilidade

“A gente enxerga a agricultura digital como uma forte aliada na questão da rentabilidade do produtor e da sustentabilidade”, frisa Ricardo Arruda, gerente técnico de agronomia digital do xarvio® Digital Farming Solutions, da Basf.

A rentabilidade é uma composição do custo e da produtividade e, segundo os especialistas, a agricultura digital é uma aliada do produtor para melhorar esses dois indicadores.

Além de máquinas mais modernas, que permitem uma menor perda de grãos e fibras na hora da colheita e um plantio mais assertivo, por exemplo, plataformas digitais permitem que o produtor, através do uso de drones e mapeamento, observem cada talhão e a necessidade de uma melhor atenção em cada um quanto ao manejo. Bem como, o que deu certo e errado em cada talhão para ser colocado em prática ou corrigido na próxima temporada.

“A difusão da tecnologia no campo é brutal. O que estamos na iminência agora é um salto na conectividade. É na Internet das Coisas no macro. Tem muita coisa vindo. A nossa aposta é na tomada de decisão baseada em dados”, diz Márcio Santos, presidente da Bayer no Brasil.

Ricardo Arruda ressalta que “a agricultura digital é como se a gente entregasse uma lupa para o agricultor poder olhar de forma mais precisa cada parte do talhão dele de forma customizada e ajustar o manejo para aquele talhão, para uma determinada região daquele talhão”.

De cinco decisões para cinco mil (no mínimo)

Hoje as opções de ferramentas nas mãos dos produtores são muitas e o quanto estão sendo usadas, para alguns especialistas, ainda é “pouco”, pois toda tecnologia, toda inovação leva um tempo para ser implementada.

Ao passo que a agricultura evoluiu nos últimos cerca de 40 anos, se modernizou, as tomadas de decisões dos produtores aumentaram. O que bate quanto a questão do tempo de implementação nas propriedades do que vem surgindo a cada dia.

“Hoje um produtor toma durante o período de uma safra no mínimo cinco mil decisões. Há 40 anos atrás eram cinco decisões. Vou plantar a semente do paiol, comprar um híbrido, boto adubo ou não, capino na inchada ou não. Era isso o que você decidia. Parece que fazem mil anos, mas não. Hoje o grau de complexidade ficou gigantesco”, salienta Márcio Santos.


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