A soja vira ração para o peixe e este vira fertilizante orgânico para a soja. O fertilizante é extraído da carcaça da tilápia. A cada oito quilos de carcaça da espécie, dez litros de fertilizantes são produzidos. Agregação de valor e sustentabilidade que caminham juntas.

Por meio de hidrólise enzimática é extraída toda a proteína existente na carcaça, que em seguida é transformada em um aminoácido com alto teor de carbonograma.

“É um produto orgânico. Não tem adição química. Tudo o que tem dentro dele é extraído nesse processo”, pontua Edenilson Souza, gerente comercial e de desenvolvimento de mercado da Ambios, empresa mato-grossense situada em Juscimeira.

Edenilson explica ao Canal Rural Mato Grosso que ao entrar em contato com a planta, esse carbono orgânico auxilia a mesma, em caso de altas temperaturas e seca, a não sofrer estresse.

“Vamos pensar em altas temperaturas, calor. Para nós é tranquilo, porque corremos para o ar condicionado. A planta não. Ela precisa estar estabilizada e ter um nível de proteína para ela não perder produtividade”.

Ele pontua ainda que, o carbono orgânico presente do fertilizante quando entra em contato com o solo faz com que a matéria orgânica que ali se encontra entre em decomposição mais rápido e vá para as raízes e vire nutriente.

“Ele dá uma ciclada naquele nutriente que está parado no solo. Ele ativa essa parte do solo. Então, estamos trabalhando uma agricultura regenerativa por conta disso e vai dando mais vida para o solo”.

A aplicação do fertilizante orgânico pode ser realizada em diversas culturas, variando a dosagem, salienta Edenilson.

No que tange a produtividade, os ganhos podem variar de 5% a 13% de incremento por hectare, uma vez que evita de a planta entrar em estresse.

“Ele não vai deixar a planta perder produtividade. Vai fazer com que ela se mantenha ali, fazendo com que haja aumento do peso do grão. No caso do algodão a retenção da fibra, de maçãs na planta”.

Osso da tilápia também vira fertilizante

Com cinco anos de atuação, sendo três anos comercialmente no mercado, a Ambios conta com atuação nos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e está chegando na Bahia e no Tocantins.

De acordo com Edenilson, até mesmo o osso da tilápia é utilizado para a produção de fertilizante com alto nível de fósforo.

“A cadeia fica com ciclo completo. São três produtos: filé de tilápia, a carcaça que vira fertilizante orgânico e o osso que vira outro fertilizante com alto nível de fósforo. Agregação de valor. É um peixe que vira nutriente para a soja, que volta para o peixe em forma de ração. Uma economia circular deixando a produção mais rentável e sustentável”.

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