Mato Grosso pode perder R$ 6 bi com lei anti desmatamento da União Europeia
A proposta de adiar a entrada em vigor da lei anti desmatamento da União Europeia, anunciada pela Comissão da União Europeia, ameniza, mas não encerra, a preocupação do setor produtivo com os impactos decorrentes dela. Em Mato Grosso, a perda de receita estimada gira em torno de R$ 6 bilhões, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
O Governo Federal estima que as exigências possam afetar 15% das exportações brasileiras totais e 34% das exportações para Europa.
Em termos gerais, a lei diz que os importadores europeus deverão fiscalizar suas cadeias de suprimento com objetivo de garantir que os produtos importados não venham de áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020.
A medida incide sobre as cadeias produtivas do café, soja, óleo de palma, madeira, couro, carne bovina, cacau e borracha.
Ao Conexão FPA-MT desta semana, o diretor administrativo da Aprosoja-MT, Diego Bertuol, participou da Missão Logística Europa da entidade e conta que todos querem o adiamento dessa barreira comercial.
“De 100% da soja exportada para a União Europeia, 27% saíram de Mato Grosso. Nós chegamos a R$ 6 bilhões que seria uma perda na arrecadação do produtor e consequentemente, do governo do estado. O principal disso, é o impacto social nos municípios que são fronteiras agrícolas”, explica Bertuol.
O diretor destaca que o produtor rural, sempre teve como balizador o Código Florestal Brasileiro para saber o que fazer, de forma legal e sem prejudicar o meio-ambiente.
“Nós sabemos que a Europa tem seu déficit e precisa da importação de soja do nosso país. Eles não querem pagar mais caro pelo alimento e se colocarem essas barreiras, isso é uma das primeiras coisas que vai acontecer”, pontua.
A deputada federal por Mato Grosso, Coronel Fernanda (PL) esteve junto da Aprosoja-MT durante a missão na Europa. De acordo com a deputada, é necessário uma pressão muito grande de entidades que representam o setor para que a lei deixe de existir, da forma como está aplicada.
“Essa prorrogação ainda não passou pelo parlamento e foi feita uma sugestão pela equipe responsável pela normatização da lei na Europa. Isso ainda não foi aprovado e o mais importante é que não podemos descansar nesse um ano para reverter isso na Europa”, conta.
Ela ainda diz que o Governo Federal não pode colocar ONG’s para negociar a imagem do Brasil. “Eu estou propondo um projeto de lei para fiscalizar elas com mais vigor. Quem banca, como gasta… Se eles não podem ajudar a falar bem do meu país, porque estão aqui? Para falar mal? Começa a fiscalizar lá na Europa para depois vir para cá. Se for para ficar aqui, é para nos ajudar e não nos prejudicar”.
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