Programa Bolsa Atleta já beneficia 227 surdoatletas das cinco regiões brasileiras | FTN Brasil
ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
No país em que existem quase 10,7 milhões de deficientes auditivos, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ser surdoatleta exige talento, dedicação, força de vontade, muito treino, e um eficiente conjunto de políticas públicas que possibilitem o acesso digno às práticas esportivas.
Para melhorar a vida das pessoas com esse tipo de deficiência, o Ministério do Esporte incluiu nos editais do programa Bolsa Atleta, pela primeira vez, os atletas surdos, iniciativa que já está beneficiando 227 surdoatletas das cinco regiões do Brasil, totalizando um investimento de R$ 967.444,00.
Dados apresentados pela Secretaria de Excelência Esportiva do Ministério do Esporte, mostram que até setembro, após quatro meses da publicação do edital, já foram pagas entre três e quatro parcelas, isso porque o atleta só começa a receber quando assina o termo de adesão. Os primeiros beneficiados já comemoram a iniciativa do MEsp, e apresentam resultados positivos obtidos em suas trajetórias esportivas, o que vem fazendo a diferença, melhorando suas condições de vida, e conseguindo reconhecimento da sociedade.
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“Ao receber a terceira parcela do programa já consegui melhorar meus índices nutricionais”, comemorou a gaúcha, Eduarda Maria, da cidade de Santa Maria (RS). A jogadora de vôlei também usa seu benefício para as consultas psicológicas.
A brasiliense Iara Rodrigues, jogadora de vôlei desde os 11 anos, ressaltou a importância do Bolsa Atleta em sua vida. “Amo jogar vôlei, viajo para outros estados, já disputei campeonatos na Europa, Argentina, Estados Unidos e Turquia. Por ser surdoatleta sempre tive o apoio da minha família, e meu maior sonho é ser técnica. Com o benefício, meus sonhos com certeza serão realizados, pois será mais um complemento para meus treinos, consultas, e para tudo que preciso para praticar a modalidade”, afirmou a jogadora.
“O Bolsa Atleta nos incentiva cada vez mais a treinarmos e chegarmos ao lugar mais alto do pódio, representando nosso país, além de ser muito importante para a comunidade”, ressalta o nadador surdolímpico Guilherme Maia.
“A inclusão dos surdoatletas no programa Bolsa Atleta reforça nosso compromisso com a diversidade e a equidade no esporte brasileiro. Ao oferecer apoio financeiro a esses atletas, estamos não apenas reconhecendo seus talentos e conquistas, mas também abrindo mais portas para a acessibilidade e a inclusão nas competições de alto nível. Acreditamos que o esporte deve ser um espaço para todos, e o incentivo aos surdoatletas é mais um passo importante nessa direção”, afirmou a secretária de Excelência Esportiva do Ministério do Esporte, Iziane Marques.
“O programa Bolsa Atleta é de suma importância para o crescimento, sucesso e para o alto rendimento, possibilita mais segurança para trazer bons resultados e orgulho para o nosso Brasil, trazendo inclusão e visibilidade para os atletas surdos”, afirmou a presidente da Confederação Brasileira de Desportos para Surdos (CBDS), Diana Kyosen.
A assessora da CBDS, Giselle Nascimento, destacou o apoio do Ministério do Esporte e comemorou a inclusão dos surdoatletas no programa Bolsa Atleta, do MEsp. “Com a bolsa aumentou a demanda, pois antes os atletas não eram reconhecidos, a visibilidade do atleta vem aumentando e as próprias confederações vêm ajudando a indicá-los. São 240 contemplados com o Bolsa Atleta”, comemorou.