entenda o fenômeno e veja imagens

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Publicado em 11/10/2024 às 13:04

O Saara é o maior deserto quente do mundo. E a palavra quente se faz necessária porque também existem desertos frios. A Antártida e o Ártico são os principais exemplos (e são bem maiores em extensão do que o primo distante no norte da África).

Independentemente da temperatura, o que caracteriza um deserto é o clima árido e a baixa umidade. Segundo Jonathan Wille, meteorologista da Universidade de Grenoble, na França, um deserto é qualquer região que tenha menos de 250 milímetros de precipitação por ano. Isso é quase nada de chuva.

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É justamente por isso que essa notícia ganha um caráter tão surpreendente. Tal qual escreveu Euclides da Cunha, “o sertão vai virar mar”. Só que, no caso, foi o Saara. E ainda não foi um mar, mas sim grandes lagoas formadas em meio às dunas.

O fenômeno foi causado pelo maior temporal dos últimos 50 anos. O trecho atingido fica no sudeste do Marrocos. De acordo com o governo marroquino, em dois dias no final de setembro choveu mais do que o previsto para o ano inteiro!

Veja as imagens

  • Várias imagens do fenômeno tomaram os veículos de imprensa e as redes sociais, como esse vídeo feito por um drone:
  • Como disse, a chuva torrencial levou a uma espécie de inundação nessa parte do Deserto do Saara.
  • São como grandes lagoas em meio às dunas, um cenário quase inacreditável para quem mora na região.
  • A tempestade foi tão forte em alguns pontos, que é possível ver troncos de palmeiras com água pela metade.
  • A cidade de Tata, que sofria com a seca há mais ou menos 6 anos, foi uma das que mais se beneficiou do temporal.
  • Na vila de Tagounite foram mais de 100 milímetros em apenas 24 horas.
  • Um famoso ponto turístico, o Lago Irik voltou a encher depois de 5 décadas.

Causa e consequência

Assim como as frequentes ondas de calor, essas chuvas também teriam sido causadas pelas mudanças climáticas? Os meteorologistas ainda não cravam uma relação. Afirmam que os temporais que atingiram a porção sul do Marrocos foram uma tempestade extratropical.

Ainda não dá para saber se esse fenômeno vai se repetir nem se as chuvas de setembro ajudarão a aliviar a seca. A previsão de alguns especialistas, no entanto, é de que as inundações podem alterar o clima da região no curto e no médio prazo.

Com essas grandes concentrações de água, a tendência é que o ar tenha mais umidade. E, pelo calor da região, essa água deve evaporar, causando possíveis novas tempestades.

As enchentes também já começaram a encher os aquíferos subterrâneos que ficam no local, que são fundamentais para o abastecimento das comunidades. Depois de 6 anos de seca nessa área, o governo local adotou uma política severa de racionamento e os agricultores tiveram que deixar suas terras. A perspectiva agora é de esperança para essas pessoas.

As informações são da Al Jazeera.