Brasil está entrando em uma nova rota de produção de etanol, diz presidente da Unem

Brasil está entrando em uma nova rota de produção de etanol, diz presidente da Unem
Publicado em 25/10/2024 às 1:23

A produção de etanol no Brasil é crescente a cada ano. Além da cana de açúcar e do milho, as indústrias começam a utilizar outros cereais, fomentando outras culturas como o sorgo e o trigo.

O etanol de milho representa hoje em torno de 20% da produção do biocombustível no país. A previsão para a atual safra é que sejam produzidos oito bilhões de litros, processando em torno de 17 milhões e 18 milhões de toneladas.

Na safra 2023/24 de milho o Brasil, segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), produziu pouco mais de 115,7 milhões de toneladas. As projeções para o ciclo 2024/25 são de 119,7 milhões de toneladas, um aumento de 3,5%.

O que, de acordo com o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, mostra que o Brasil ainda “tem milho para as cadeias de consumo e excedentes para abastecer a China, a Europa e vários países do mundo”.

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta quinta-feira (24), Nolasco lembra que em 2024 se completa sete anos da fundação da entidade, que nasceu no momento em que a primeira usina 100% etanol à base de milho começou a operar.

Conforme ele, o crescimento da área de milho em Mato Grosso em 50% nesse período mostra que a indústria do etanol de milho segue “incentivando, em função de contratos antecipados de compra, uma relação muito próxima com o produtor”.

Novas rotas de produção de etanol

O presidente da Unem frisa que ainda a entrada de novas rotas de produção de etanol devem fomentar, não só a produção do biocombustível, mas, principalmente, de culturas que possam ser utilizadas, à exemplo do sorgo.

“Nós estamos entrando em um terceiro fator que é o setor partindo para o sorgo numa maneira de estender a janela de plantio de verão. Em regiões, como no Matopiba, em que você tem um regime de poucas chuvas para a segunda safra, a rusticidade do sorgo traz essa condição dessa área ser plantada”.

Nolasco comenta que em Mato Grosso existem cerca de dois milhões de hectares, por exemplo, que “não conseguem receber a segunda safra de milho, porque é o calendário final das chuvas, mas conseguem receber o sorgo”.

“Acho que o etanol de milho não vai passar de 20% da produção nacional. O setor cresce junto com a produção de milho e estão entrando novas rotas de produção. O sorgo é uma delas. No Rio Grande do Sul temos trigo. [Falamos hoje que] somos produtores de etanol de cereais”.

Combustível do Futuro é a maior política aprovada

No que tange ao “Combustível do Futuro”, o presidente da Unem afirma que “é a maior política de estado dos últimos tempos aprovada” e que deverá trazer benefícios para o produtor rural.

“O Brasil aprovou uma legislação onde ele mostra ao mundo que a sua transição energética está baseada e tem como principal estratégia os biocombustíveis. Isso traz para o mercado grandes expectativas para a atração de investimentos”.

Ele comenta que o Brasil possui capacidade para chegar a 25% a mistura de biodiesel no óleo diesel, além de saltar de 27% a mistura de etanol anidro na gasolina para 35%.

“Os países que mais adicionam [etanol na gasolina] hoje estão na faixa 12%, 13%, 15% e nós estamos em 27% e vamos para 35%”, diz durante a entrevista ao Canal Rural Mato Grosso sobre o potencial do Brasil.

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