Vereador de VG nega participação em esquema no DAE e minimiza relação com servidores: “O que existe é uma ligação política” | ReporterMT
APARECIDO CARMO
THIAGO STOFEL
DO REPÓRTERMT
O vereador Pablo Pereira (União) disse que não tem nenhum tipo de relação com os servidores acusados de fazer parte do esquema de corrupção no Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Várzea Grande. O parlamentar chegou a ser preso na Operação Gota D’água, deflagrada na sexta-feira (20), e foi afastado do mandato acusado de ser um dos líderes dessa organização criminosa. Ele foi solto na segunda (23) mediante cautelares, uma delas a tornozeleira eletrônica.
“Desde o início eu já disse que não tenho nada a ver com isso, que eu vou provar a minha inocência. O que existe é uma ligação política. Eles são meus apoiadores políticos. Ponto. Até aí está a nossa relação. Daí pra frente o que eles fizeram, se fizeram, se foi legal, se foi ilegal, cada um vai responder de acordo com a sua conduta, que será individualizada. Mas o vereador Pablo não trabalha no DAE, não tem acesso ao sistema do DAE, nada. A gente trabalha na rua, atendendo a população e eu acredito que tudo isso vai ser esclarecido”, afirmou nesta quinta-feira (26) em conversa com a imprensa.
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De acordo com o inquérito policial, Pablo usava a estrutura da empresa em prol da sua campanha. Além disso, foram encontrados indícios de que o parlamentar usava da sua posição e influência política para fazer valer os objetivos do grupo criminoso.
Ainda conforme a polícia, as investigações apontaram que a Diretoria Comercial do DAE foi aparelhada por Pablo Pereira não apenas para o esquema de corrupção, mas também para atuação coordenada em prol da sua candidatura à reeleição.
Aos jornalistas, Pablo tentou minimizar a acusação de que ele indicava os nomes para ocuparem os postos chave da instituição, inclusive com planos de promover uma “dança das cadeiras”, descartando alguns aliados.
“Eu tenho apoiadores pela cidade toda, por órgãos privados, órgãos públicos. Eu sou vereador, eu tenho apoiador pela cidade toda”, afirmou.
Pablo disse que a polícia pode ter estabelecido a ligação entre ele e os demais investigados em razão de trocas de mensagens com os outros alvos, mas ponderou que, por conta do cargo público, fala com muita gente.
“Eu converso com mais de 200 pessoas por dia, pessoalmente, pelo telefone, e como envolve uma autarquia do município, eu sou vereador, talvez tenha feito esse cruzamento de dados, essa ligação, que vai ser desfeita”, disse.
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O vereador comentou, ainda, sobre a recepção calorosa em seu comitê de campanha, quando foi solto. Vídeo divulgado nas redes sociais mostram a efusividade dos militantes ao recebe-lo de volta.
“Eu saí de lá (cadeia), fui em casa, vi a minha família, tomei um banho e o pessoal disse que queria me ver, queria ver como eu estava. E eu fui até o meu comitê político e chegando lá, fui ovacionado pelos meus apoiadores, pelo meu pessoal. Foi uma bonita festa, não esperava por aquilo e fiquei muito contente”, concluiu.