Desafios para produzir no Paraguai e Brasil são similares, afirma diretor da APS
Os desafios para produzir soja, milho e outras culturas no Paraguai se assemelham aos do Brasil. Falta de conhecimento por parte da população e questões ambientais são alguns exemplos, conforme o produtor e diretor da Associação dos Produtores de Soja do Paraguai (APS), Eno Michels.
Brasileiro radicado no Paraguai há cerca de 40 anos, Eno Michels é o entrevistado desta quinta-feira (7) do programa Direto ao Ponto.
“Esse timing que a gente passou [de aquisição de terras] não existe mais. Eu já estou radicado, tenho direito adquirido e posso comprar terra dentro dos 50 quilômetros da faixa de fronteira com o Brasil. Quem chega hoje não pode comprar. É preciso ter 10 anos de erradicação para ter o direito adquirido”, comenta ele.
De acordo com o produtor, um hectare no Paraguai custa entre US$ 12 mil e US$ 15 mil e ao contrário do Brasil, não existe a modalidade de conversão da aquisição em sacas de soja.
Atualmente, cerca de 78% da soja paraguaia é industrializada na Argentina, uma parte no próprio país e outra no Brasil.
No que tange aos desafios da produção, Eno comenta ao programa do Canal Rural Mato Grosso que “são muitos similares os problemas” do Paraguai e do Brasil.
“Nós temos a imprensa que ataca, nós temos os ambientalistas que atacam e muitas vezes sem ter conhecimento de causa. Tivemos um produtor que fez calagem na terra, por exemplo, e foi denunciado por contaminar o ar, sendo que o cal é pó de rochas e está corrigindo o solo. Então, nós temos esses problemas também”.
Assim como no Brasil com o Código Florestal, a legislação ambiental no Paraguai também é rígida, conforme o produtor e diretor da APS. Em 2004, frisa, foi criada uma lei de desmatamento zero no país.
“A partir de 2004 a região Oriental do Paraguai, que é a região do Rio Paraná vindo para o lado do Brasil, se tornou proibido desmatar. A lei diz que tem que deixar 25% da tua área como reserva”.
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