Moscas fora da Terra: estação espacial chinesa recebe pequenas tripulantes voadoras
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A missão de reabastecimento Tianzhou-8, realizada em novembro, levou também uma tripulação de moscas-das-frutas à estação espacial Tiangong, da China. 15 adultos e 40 pupas.
Elas ajudarão os cientistas a analisar os efeitos da microgravidade no organismo. As análises também serão feitas em cima das reações orgânicas das moscas fora do alcance do campo magnético terrestre.
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Cabe lembrar que a estação espacial chinesa está na órbita baixa da Terra, onde ainda é protegida pelo campo magnético da Terra. Mas os taikonautas prepararam um ambiente “submagnético” para receber as moscas, que permite realizar comparações.
O experimento visa principalmente estudar os mecanismos moleculares desses insetos, além de verificar se ocorrem alterações no ritmo biológico deles. Dentre as principais expectativas, está obter informações importantes para o planejamento de missões ao espaço profundo – onde não haverá um campo magnético para proteger os exploradores humanos.
Moscas especiais para missões espaciais
A escolha das moscas-das-frutas faz sentido porque elas são essenciais na pesquisa biomédica e na genética há pelo menos um século. Ao longo do tempo, a ciência conseguiu, por exemplo, entender que esses insetos têm muito em comum geneticamente com nós, humanos. Além disso, já mapeamos completamente o genoma das moscas-das-frutas.
Outro detalhe importante é que elas têm um ciclo de vida curto, de apenas duas semanas, e as fêmeas põem centenas de ovos por vez – o que permite elaborar melhor o cronograma das etapas de pesquisa. As moscas também são muito mais fáceis de cuidar do que alternativas como ratos de laboratório.
Esses pequenos insetos exigem muito menos custos para enviar ao espaço. A Estação Espacial Internacional, por exemplo, já teve um mini-laboratório inteiro dedicado à pesquisa das moscas-das-frutas.