14 filmes gratuitos e sugestões de atividades para debater direitos humanos na escola

14 filmes gratuitos e sugestões de atividades para debater direitos humanos na escola
Publicado em 10/12/2024 às 2:02

Com apenas cinco semanas em cartaz, o filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles, já foi assistido por 2,5 milhões de espectadores brasileiros. Indicado ao Globo de Ouro e provável representante do Brasil no Oscar, o longa é ambientado no período mais crítico da ditadura militar no Brasil, retratando a luta pelos direitos humanos por meio da trajetória da família Paiva, composta por Rubens (interpretado por Selton Mello), Eunice (vivida por Fernanda Torres) e seus filhos. O sucesso reflete a capacidade do cinema de revisitar as atrocidades do passado e reforçar o debate sobre temas difíceis e necessários. 

Para ampliar a discussão sobre liberdades e garantias individuais e coletivas, o Itaú Cultural Play, plataforma de streaming gratuita dedicada a produções nacionais, celebra o mês de dezembro, que marca o Dia Internacional dos Direitos Humanos, com uma seleção de títulos sobre o assunto.

“Pensando em curadorias que possam ter maior interesse por educadores, procuramos trazer também elementos inspirados na BNCC (Base Nacional Comum Curricular)”, comenta André Furtado, gerente de criação e plataformas do Itaú Cultural.

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Para André, os filmes podem servir como um recurso audiovisual valioso, inspirando atividades antes, durante e após a exibição, além de sequências didáticas e para desenvolver o pensamento crítico dos estudantes.

“Esta programação de Cinema e Direitos Humanos apresenta um pequeno recorte de longas e curtas-metragens brasileiros, de diversas regiões e com diferentes técnicas e linguagens, que trazem à tona o direito à vida digna, à opinião e expressão, à moradia, à educação, ao voto, entre tantos outros”, complementa.

As obras selecionadas reforçam a ideia de que todos devem ter as mesmas oportunidades, independentemente de raça, gênero, religião, origem ou qualquer outra condição.

Um exemplo disso é “A irmandade”, filme que conta a história de três rappers que usam a música como uma forma de conscientizar outros jovens. A obra aborda situações contemporâneas como racismo, parcialidade da mídia e brutalidade policial.

Confira os trailers das produções disponíveis. Para assisti-las na íntegra, basta se inscrever no Itaú Cultural Play gratuitamente.

Abraço (2020)

Direção: DF Fiuza
Duração: 93 min
Classificação indicativa:
10 anos

Inspirado em eventos reais, o filme destaca a resistência dos trabalhadores da educação durante uma greve histórica em Sergipe. Nele, acompanhamos a luta de professores em defesa dos direitos trabalhistas e da educação pública, com foco em Ana Rosa, uma professora e líder sindical que enfrenta desafios políticos, além das dificuldades de ser mulher e mãe em uma sociedade machista.

Sugestões para o debate em sala de aula: 

  • Direito dos professores
  • Educação pública
  • Machismo na sociedade brasileira

Era o Hotel Cambridge (2016)

Direção: Eliane Caffé
Duração: 93 min
Classificação indicativa: 12 anos

Refugiados e trabalhadores sem-teto ocupam um edifício abandonado no centro de São Paulo, enfrentando a constante ameaça de despejo. O longa recebeu prêmios importantes, como o de voto popular no Festival do Rio e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Sugestões para o debate em sala de aula: 

  • Direito à moradia
  • A realidade de refugiados no Brasil
  • A situação dos centros históricos nas grandes cidades brasileiras

A Irmandade (2019)

Direção: Juscelino Ribeiro
Duração: 75 min
Classificação indicativa: 12 anos

Três jovens de Teresina, no Piauí, usam o rap como ferramenta de resistência e transformação social. Lu de Santa Cruz e os irmãos Preto Kedé e Aliado, filhos de um policial, enfrentam a violência em suas comunidades com letras poderosas que denunciam o racismo, a parcialidade da mídia e a brutalidade policial.

Sugestões para o debate em sala de aula: 

  • Origem e impacto social do rap
  • O rap como ferramenta de denúncia social
  • Desigualdades econômicas, sociais e raciais

Cabra marcado para morrer (1984)

Direção: Eduardo Coutinho
Duração:
120 min
Classificação indicativa: 12 anos

Este longa do documentarista Eduardo Coutinho foi eleito pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Iniciado antes do golpe militar de 1964, foi interrompido pela repressão e parte do material filmado foi confiscado. Quase duas décadas depois, o projeto foi retomado, narrando a trajetória do líder camponês a partir da perspectiva de sua viúva, Elizabeth Teixeira, e de seus filhos. 

Sugestões para o debate em sala de aula: 

  • Impactos da ditadura militar e a força da resistência na época
  • Liberdade de expressão
  • A diferença entre documentário e filme de ficção

Título aqui…

Por que direitos humanos devem ser assunto prioritário na escola

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‘É preciso entender a inclusão como um direito humano’

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As consequências das desigualdades para a juventude negra

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O menino e o mundo (2013)

Direção: Alê Abreu
Duração:
80 min
Classificação indicativa:
Livre

Um menino sai em busca do pai, que deixou o campo para tentar uma nova vida na cidade grande. Ao chegar à metrópole, ele se depara com o impacto da modernidade sobre a natureza e as relações humanas. Com traços marcantes e trilha sonora que inclui Emicida e Naná Vasconcelos, o filme foi finalista ao Oscar de Melhor Animação em 2016.

Sugestões para o debate em sala de aula: 

  • Desigualdade social
  • Impactos da globalização
  • A infância e a visão de mundo pelas lentes da arte

Serras da Desordem (2006)

Direção: Andrea Tonacci
Duração:
135 min
Classificação indicativa:
10 anos

Carapirú, um indígena sobrevivente de um massacre que dizimou sua família, enfrenta uma jornada de sobrevivência pelas serras do Brasil. Sua história ganha repercussão nacional ao ser levado a Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo.

Sugestões para o debate em sala de aula: 

  • Contexto histórico e cultural dos povos originários no Brasil
  • Violência contra indígenas
  • Direitos humanos e preservação de culturas tradicionais

Torre (2017)

Direção: Nádia Mangolini
Duração: 18 min
Classificação indicativa: 12 anos

Marcada pela violência da ditadura militar no Brasil, a animação mergulha nas memórias de quatro irmãos, retratando o sofrimento e a resistência de uma família. Premiado em mais de 15 festivais nacionais e internacionais.

Sugestões para debate em sala de aula:

  • Impactos da ditadura militar no Brasil
  • Histórias de resistência e luta por direitos humanos
  • Projetos de memória e preservação histórica
Origem do Dia Internacional dos Direitos Humanos
Comemorado em 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos celebra o aniversário da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, na cidade de Paris.

Este documento histórico estabeleceu, após as atrocidades da Segunda Guerra Mundial, pela primeira vez, um padrão comum de direitos fundamentais que devem ser garantidos a todas as pessoas, independentemente de origem, nacionalidade, crença ou condição social.

Branco sai, preto fica (2014)

Diretor: Adirley Queirós
Duração:
90 min
Classificação indicativa:
12 anos


Esta ficção científica combina crítica social e narrativa futurista para abordar a violência do Estado contra a população negra. Na cidade-satélite de Ceilândia, três subversivos armam uma bomba para ser lançada contra a capital federal, enquanto um viajante intergaláctico do futuro volta ao passado para cobrar responsabilidades do Estado pelas mortes de jovens negros causadas pela polícia.

Sugestões para debate em sala de aula:

  • Racismo estrutural no Brasil
  • Desigualdade de acesso e direitos
  • Uso da ficção científica como ferramenta de crítica social

O Dia de Jerusa (2013)

Direção: Viviane Ferreira
Duração: 20 min
Classificação indicativa: 12 anos

Duas mulheres negras negras de diferentes gerações se encontram: uma jovem pesquisadora e Jerusa, uma senhora que vive em um sobrado antigo. A conversa transforma-se em uma troca de memórias e afetos, explorando a ancestralidade e as vivências das mulheres negras no Brasil.

Sugestões para debate em sala de aula:

  • Ancestralidade e memória
  • Experiências de mulheres negras no Brasil
  • Resistência cultural e social.

Eleições (2018)

Direção: Alice Riff
Duração: 100 min
Classificação indicativa: 12 anos

A obra registra uma corrida eleitoral para o grêmio estudantil, mostrando o engajamento político de estudantes em busca de melhorias na escola. Utilizando recursos digitais e linguagem de influenciadores, o filme reflete sobre as novas formas de participação política.

Sugestões para debate em sala de aula:

  • A importância do grêmio estudantil para a formação cidadã
  • Impactos das tecnologias digitais na política
  • O papel dos jovens na transformação social

Labirinto de papel (2015)

Direção: André Araújo e Roberto Giovanetti
Duração:
29 min
Classificação indicativa: 10 anos

O filme investiga crimes cometidos durante a ditadura civil-militar nas regiões de Goiás e Tocantins. A partir de pesquisas locais, eventos envolvendo o exército, militantes de esquerda e mortes suspeitas são trazidos à tona, expondo uma face pouco conhecida desse período.

Sugestões para debate em sala de aula:

  • Impactos da ditadura militar em diferentes regiões do Brasil
  • Direitos humanos e memória histórica
  • O papel da pesquisa na reconstrução de eventos históricos

Carandiru (2003)

Diretor: Hector Babenco
Duração:
148 min
Classificação indicativa: 16 anos

Adaptado do livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, traz a experiência de um médico no maior presídio da América Latina, palco de um dos maiores massacres da história do Brasil. Carandiru foi amplamente premiado e indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2003.

Sugestões para o debate em sala de aula:
– Sistema prisional no Brasil
– Desigualdade e criminalidade
– Direito a tratamento saúde 

Mulheres Luz da Transformação (2024)

Direção: Gisela Arantes
Duração:
180 min
Classificação indicativa:
Livre

Aborda o empoderamento das mulheres e a equidade de gênero. A obra mostra a liderança das mulheres na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, apresentando seu protagonismo em diversas pautas urgentes.

Sugestões para o debate em sala de aula: 

  • Equidade de gênero
  • Antirracismo
  • Valorização dos povos originários, das comunidades LGBTQIAP+
  • Justiça ambiental e social

Mulheres Iluminando o Mundo (2024)

Direção: Gisela Arantes
Duração: 90 min
Classificação indicativa:
livre

Por meio de relatos e imagens impactantes, destaca as histórias de mulheres de diferentes partes do Brasil, que têm transformado suas comunidades e inspirado mudanças em diferentes áreas.

Sugestões para o debate em sala de aula: 

  • Preconceitos e discriminação
  • Equidade de gênero
  • Empoderamento das mulheres