Mar do litoral de São Paulo está contaminado com cocaína

Mar do litoral de São Paulo está contaminado com cocaína
Publicado em 13/12/2024 às 14:07

A quantidade de substâncias jogadas no mar preocupa ambientalistas. E um novo estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) reforça os alertas sobre a contaminação marinha e as consequências disso à saúde pública.

De acordo com o trabalho, foi identificada a presença de compostos químicos nas águas da região costeira de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Entre eles, está a cocaína.

Substâncias também foram encontradas em partes mais afastadas da costa

O objetivo da pesquisa era apontar a presença de fármacos no oceano próximo à cidade paulista, principalmente nas regiões da Enseada do Flamengo e da Baía da Ubatuba, áreas consideradas de alto valor ecológico. 

A análise de amostras identificou 15 de 22 componentes-alvos nas águas da região Sudeste. Além da cocaína, o estudo destacou também a presença de anti-inflamatórios e analgésicos, bem como cafeína.

Grandes concentrações de cocaína foram encontradas na água (Imagem: Mulad Images/Shutterstock)

A coleta dos dados se estendeu desde a área litorânea até as partes mais afastadas da costa. A presença dos compostos químicos nessa faixa do oceano indica uma extensa contaminação, com baixo nível de diluição.

Do ponto de vista biológico, a presença dos químicos no mar pode afetar importantes organismos como os fitoplânctons, responsáveis por 50% do oxigênio que respiramos. Esses microorganismos são sensíveis ao aumento da temperatura e à presença e poluentes no oceano.

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Substâncias podem gerar graves prejuízos à vida marinha (Imagem: Solarisys/Shutterstock)

Efeitos semelhantes ao do gás carbônico

  • Segundo os pesquisadores, o acúmulo dos fármacos em águas marinhas, em larga escala, pode desencadear os mesmos efeitos da emissão de poluentes atmosféricos, como o gás carbônico. 
  • Este cenário pode resultar em mudanças significativas que passam despercebidas até que um ponto de inflexão seja atingido.
  • Em outras palavras, isso pode levar a consequências graves e irreversíveis para os ecossistemas marinhos.
  • As informações são do Instituto de Oceanografia da USP.