Astrônomos propõem nova forma para buscar sinais de civilizações alienígenas avançadas
Um estudo recente publicado no The Astrophysical Journal sugere um método inovador para detectar sinais de civilizações alienígenas avançadas por meio da análise de assinaturas tecnológicas no vapor d’água de exoplanetas.
Liderado por David Catling, da Universidade de Washington, o estudo propõe o uso de espectroscopia infravermelha para identificar variações no índice de deutério em relação ao hidrogênio (D/H), o que poderia indicar o uso de fusão nuclear por civilizações extraterrestres.
Em outras palavras, quando cientistas observam a atmosfera de planetas distantes no espaço, eles conseguem saber do que ela é feita ou até o que está acontecendo por lá. Neste caso, esses especialistas buscam um ingrediente especial (deutério), porque se encontrarem uma quantidade diferente do esperado pode significar que alguém – se você preferir, civilização alienígena – está usando energia avançada por lá.
- Nova abordagem com espectroscopia: o estudo propõe analisar o vapor d’água de exoplanetas para identificar assinaturas tecnológicas relacionadas ao uso de deutério como fonte de energia.
- O papel do deutério na fusão nuclear: deutério é um isótopo de hidrogênio mais reativo e eficiente para fusão nuclear em comparação ao processo que ocorre no Sol.
- Assinaturas tecnológicas duradouras: se uma civilização avançada usar deutério em larga escala, isso reduziria anomalias no índice D/H, deixando um registro detectável mesmo após milhões de anos.
Deutério como indicador de civilizações avançadas
O método descrito no estudo se baseia na ideia de que o uso de deutério para fusão nuclear deixaria marcas inconfundíveis em um planeta com oceanos. A fusão de deutério, que é mais eficiente do que a fusão de hidrogênio convencional, não exige temperaturas tão altas quanto o núcleo do Sol. Isso tornaria essa tecnologia altamente atrativa para civilizações avançadas.
Na Terra, o índice D/H é cerca de dez vezes maior do que na média da Via Láctea. Detectar uma redução significativa desse índice em um exoplaneta seria uma evidência difícil de explicar por processos naturais, sugerindo atividade tecnológica.
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Impactos de longo prazo e potencial de descoberta
Mesmo que uma civilização alienígena deixe de existir, suas atividades tecnológicas poderiam continuar detectáveis por meio da espectroscopia de sua atmosfera, conforme explica a revista Forbes.
O estudo argumenta que, enquanto a energia nuclear de fusão permanece inexplorada em larga escala na Terra, civilizações tecnologicamente avançadas poderiam já a utilizar para atender a demandas crescentes de energia, automatização e robótica.
Essa abordagem pode mudar o foco de observação em missões espaciais futuras, trazendo novos insights sobre a possibilidade de vida inteligente no Universo.