Fragmento da Terra mais antigo tem 4,4 bilhões de anos; veja

Fragmento da Terra mais antigo tem 4,4 bilhões de anos; veja
Publicado em 16/12/2024 às 14:07

Há alguns anos, na cadeia de colinas Jack Hills, da Austrália Ocidental, pesquisadores descobriram aquele que se mostraria o fragmento geológico mais antigo da Terra até hoje: um microscópico cristal de zircão do período Hadeano – o primeiro da história do nosso planeta.

Entenda:

  • O fragmento da Terra mais antigo da história tem 4,4 bilhões de anos – e oferece muitas informações sobre nosso planeta;
  • Trata-se de um cristal de zircão encontrado na cadeia de colinas Jack Hills, da Austrália Ocidental;
  • O material indica que a formação da crosta terrestre aconteceu 160 milhões de anos após o surgimento do planeta – bem antes do que se acreditava até então;
  • Além disso, o cristal também pode ajudar a compreender a formação de outros planetas habitáveis.
Cristal de zircão tem 4,4 bilhões de anos. (Imagem: John Valley)

Em um estudo publicado na Nature Geoscience em 2014, pesquisadores descreveram um cristal de zircão de cerca de 4,4 bilhões de anos, sugerindo que a formação da crosta terrestre aconteceu 160 milhões de anos após o surgimento do planeta – bem antes do que se acreditava até então.

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Em comunicado, John Valley, líder da pesquisa, destacou que a descoberta do fragmento oferece novas informações sobre o surgimento de água em estado líquido no planeta e, consequentemente, da vida pouco tempo depois. “O estudo reforça nossa conclusão de que a Terra tinha uma hidrosfera antes de 4,3 bilhões de anos atrás.”

Ilustração do planeta Terra visto do espaço com o continente australiano no centro.
Fragmento sugere formação da crosta terrestre há 4,4 bilhões de anos. (Imagem: D-VISIONS/Shutterstock)

Muito além de fornecer informações sobre a formação da crosta terrestre e de quando o planeta ficou frio o suficiente para se tornar propício à vida, Valley ainda destaca que o cristal “pode nos ajudar a entender como outros planetas habitáveis ​​se formariam”.

Para o estudo, a equipe usou espectrometria de massa de íons secundários e uma tecnologia conhecida como tomografia de sonda atômica (APT), usada tanto para criar imagens espaciais 3D de minúsculos fragmentos – como o cristal de zircão – quanto para medir os átomos que o compõem, determinando sua idade com precisão.