IA ameaça funcionamento das redes elétricas na América do Norte

IA ameaça funcionamento das redes elétricas na América do Norte
Publicado em 19/12/2024 às 7:20

A rede elétrica da América do Norte enfrenta sérios desafios de confiabilidade devido ao aumento da demanda de eletricidade, impulsionado principalmente pela inteligência artificial (IA) e pela transição para fontes de energia renováveis, alertou a North American Electric Reliability Corporation (NERC) em uma matéria do Financial Times.

O relatório destaca que o crescimento da demanda de energia nos próximos anos, somado ao fechamento de usinas a carvão, pode gerar apagões durante picos de consumo nos EUA e no Canadá.

A pressão sobre as redes será ainda maior devido aos atrasos na implementação de capacidade adicional de geração solar, baterias e fontes híbridas.

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Aumento da demanda elétrica e picos de consumo são fatores que podem resultar em apagões e déficits nos próximos anos – Imagem: urbans/Shutterstock

Previsão é de demandas cada vez maiores

  • A NERC estima que a demanda máxima de eletricidade aumentará em 132 gigawatts (15%) nos períodos de pico de verão e 149 gigawatts (18%) no inverno nos próximos dez anos.
  • Este aumento é muito superior às previsões anteriores, com a crescente construção de data centers para alimentar IA e mineração de criptomoedas, além da popularização de veículos elétricos e sistemas de aquecimento como bombas de calor.
  • Em algumas áreas dos EUA, como o Centro-Oeste, a NERC aponta que podem ocorrer déficits já em 2024.

Além disso, o aumento da demanda coincide com o fechamento de 115 gigawatts de capacidade de geração de energia a combustíveis fósseis nos próximos dez anos.

A NERC alerta que, com o fechamento das usinas térmicas e a transição para fontes renováveis, muitas regiões podem ter dificuldade em manter a confiabilidade do fornecimento, o que coloca em risco a estabilidade das redes elétricas da América do Norte.

Estabilidade das redes elétricas pode sofrer para lidar com demanda energética cada vez mais alta (Foto: luchschenF/Shutterstock)