ALMT vai recorrer e solicitar agenda com ministro do STF
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) também vai recorrer da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), quanto a suspensão da eficácia da Lei nº 12.709/2024, que prevê o corte de incentivos a signatárias da moratória da soja em Mato Grosso, realizada nesta quinta-feira (26).
O deferimento da medida cautelar (confira aqui) é em favor de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) requerida pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o Partido Verde e o Rede Sustentabilidade, como destacado pelo Canal Rural Mato Grosso.
A ADI e a decisão do ministro do STF, conforme a deputada estadual Janaina Riva (MDB-MT), pegou todos de “surpresa”.
Além da suspensão da eficácia da lei, que entraria em vigor no próximo dia 1º de janeiro (quarta-feira), o ministro Flávio Dino também intimou o governo de Mato Grosso e a Assembleia Legislativa do estado para prestarem esclarecimentos acerca da legislação.
A deputada Janaina Riva, em suas redes sociais, declarou que, assim como o governo do estado, a Assembleia Legislativa também irá recorrer da decisão do ministro do STF.
“A Assembleia vai recorrer na defesa da lei. E nós também vamos solicitar uma agenda com o ministro Flávio Dino, a quem eu acredito que está sendo induzido a erro com esse pedido do PCdoB. Então, vamos fazer a defesa do nosso estado, que é um estado dentro dos critérios das regras de sustentabilidade e vamos mostrar ao ministro o tamanho do impacto da moratória e quem são os privilegiados com essa decisão”.
Autor do projeto de lei sobre o corte de benefícios às empresas signatárias da moratória da soja, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL-MT), também, em suas redes sociais, destacou que sabia que mais lutas viriam, mas que “vamos até o final nessa luta para que o produtor rural seja de fato valorizado”.
“Vamos entrar aí com o jurídico da Assembleia juntos nessa luta para que juntos nós possamos de fato acabar com essa imoralidade que é a moratória da soja”, disse o deputado.
‘Se existir erro vamos corrigir’, diz Mauro Mendes
Nesta quinta-feira (26) em suas redes sociais, durante viagem de férias, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), afirmou que “se existir algum erro na nossa Lei nós iremos corrigir”.
O governador de Mato Grosso frisou ainda que “nesse primeiro momento, quero dizer que nós iremos recorrer da decisão judicial com todo o respeito que nós temos. Mas, iremos recorrer e se isso não der certo nós iremos criar mecanismos para barrar todos aqueles que não aceitam cumprir com o código florestal brasileiro”.
O chefe do executivo mato-grossense pontuou ainda que “não podemos aceitar que nenhuma empresa, seja ela nacional ou multinacional, ela venha aqui no Brasil e faça exigências que não estejam na lei brasileira. E o Código Florestal é uma lei muito rígida, precisa ser cumprida em todos os aspectos”.
A Lei da moratória da soja
A Lei nº 12.709/2024 que diz respeito à moratória da soja foi sancionada em outubro deste ano com dois vetos e estabelece novos critérios para a concessão de incentivos no estado e, na prática, impede o consentimento para as empresas adeptas da moratória da soja.
O pacto da moratória da soja foi criado em 2006 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Ele proíbe a compra de soja produzida em áreas do bioma Amazônia que tenham sido desmatadas após julho de 2008.
Confira declarações dos parlamentares:
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