Autor da chacina em Sinop é condenado pelo Júri Popular a 136 anos de prisão | FTN Brasil

Autor da chacina em Sinop é condenado pelo Júri Popular a 136 anos de prisão | FTN Brasil
Publicado em 16/10/2024 às 11:25

ELISA RIBEIRO

DA REDAÇÃO

O Tribunal do Júri condenou a 136 anos, 3 meses e 20 dias de prisão de reclusão em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade, Edgar Ricardo de Oliveira, autor da chacina de Sinop, que ceifou a vida de sete pessoas, inclusive de uma criança de 12 anos.  O julgamento foi nesta terça-feira (15) e durou aproximadamente 14 horas, na 1ª Vara Criminal de Sinop, presidida pela juíza Rosângela Zacarkim dos Santos.

Edgar foi condenado por sete homicídios qualificados (motivo torpe, emprego de meio cruel, por meio que resultou perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima), furto qualificado e roubo majorado. O criminoso também irá responder por mais uma qualificadora, por ter matado uma vítima menor de 14 anos.

Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo linkFTN BRASIL

Além do regime fechado, ele terá que pagar 32 dias-multa e deverá pagar as famílias das vítimas o valor de R$ 200 mil, dividido igualmente.

As vítimas da chacina foram Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josue Ramos Tenorio, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão, que tinha 12 anos de idade.  

O CRIME

O crime aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2023, no feriado de Carnaval. Edgar Oliveira, acompanhado de Ezequias Ribeiro, apostou dinheiro em jogos de sinuca em um bar da cidade, perdendo cerca de R$ 4 mil para Getúlio. No período da tarde, o réu retornou ao estabelecimento junto do comparsa e chamou uma das vítimas para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro, ocasião em que perdeu novamente.

Furioso, o algoz sinalizou para o comparsa que, logo em seguida, sacou uma arma de fogo e rendeu Getúlio e as outras seis vítimas, encurralando-as na parede do bar, enquanto Edgar se dirigiu à caminhonete e pegou uma espingarda calibre 12. 

Em seguida, Edgar seguiu em direção às vítimas e efetuou o primeiro disparo contra o proprietário do bar, Maciel Bruno, tendo, na sequência, dado o segundo em Orisberto, enquanto Ezequias disparou contra Elizeu. 

Edgar efetuou mais dois disparos, acertando Getúlio e Josue. Adriano e a criança Larissa tentaram correr, mas também foram atingidos nas costas por ele. As vítimas Maciel Bruno e Getúlio também foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas no chão.

Depoimentos

Ao total, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e, também, a sobrevivente da chacina e vítima de roubo, Raquel Gomes de Almeida. Na oitiva, a depoente deu detalhes do crime, como sobreviveu ao tentar correr atrás da filha de 12 anos, que fugiu, mas depois foi morta com tiros nas costas. Além disso, a sobrevivente afirmou acreditar que a barbaridade foi motivada pelo fato do criminoso ter tido inveja do seu marido, Getúlio Frazão.

Entre as testemunhas de acusação também foram ouvidas a esposa do proprietário do bar, Kelma Silva Santos Andrade Costa, o investigador Wilson Cândido de Souza e o escrivão da Polícia Civil, Thyago Celestino Pereira, e, ainda, o segundo sobrevivente da chacina, Luis Carlos Souza Barbosa.

Sem arrependimento

Em tom de superioridade e sem demonstrar qualquer tipo de arrependimento, Edgar afirmou ao júri que as vítimas ‘fizeram por merecer’, com exceção da menor de 12 anos, que ele alega ter sido vítima de um tiro acidental.

Além disso, negou ter premeditado o crime e, em todo o momento, ‘terceirizou’ a culpa ao comparsa – morto em confronto com a Polícia Militar no dia seguinte ao crime -, ao uso de droga e até mesmo às vítimas.