Baixa umidade no solo causa lentidão no plantio da soja em MT
Mesmo com as primeiras precipitações registradas em algumas regiões produtoras de Mato Grosso, a semeadura da safra 2024/25 nas lavouras do estado segue tímida no campo. O cenário deixa em alerta os produtores que vão investir no cultivo da segunda safra, principalmente, do algodão.
A família Fritsch, deve cultivar 3,6 mil hectares de soja nesta temporada. Conforme o Murilo de Gasperi Fritsch, ao Patrulheiro Agro desta semana, para quem planta algodão, já está ficando tarde o plantio da soja.
“Nós estamos plantando no limite da umidade, deu 30 milímetros aqui. Então, não é o ideal, mas estamos arriscando o plantio. Quanto mais cedo plantar a soja, mais cedo planta o algodão. Consequentemente, a produtividade do algodão é melhor”, diz.
Os custos neste ano estão mais caros e por isso, os produtores investem mais na terra para extrair o máximo de produtividade. “Hoje o custo de uma lavoura de soja é de mais de 50 sacas. Se não colher mais que isso, não paga as contas”.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até agora, 0,53% das lavouras de oleaginosas, que devem ocupar 12,6 milhões de hectares, foram cultivadas.
“Hoje nós já estamos com 15 dias de atraso no plantio. Até agora, teve umas pancadas isoladas, em determinadas regiões da fazenda, mas não foi considerável. Tem que arriscar e rezar para chover”.
Nesta mesma época do ano passado 4,19%, do volume estavam plantados.
A fazenda vizinha, Santo Expedito, também recebeu chuvas em algumas áreas mas ainda são consideradas insuficientes para garantir uma boa germinação das plantas. Por isso, a palavra de ordem tem sido “cautela nas plantadeiras” para evitar perdas.
A expectativa é que plantem 4,8 mil hectares da oleaginosa.
Luís Antônio Huber, gerente técnico de produção, explica que as chuvas estão muito irregulares e em algumas áreas, ainda nem choveu. Na propriedade, localizada em Jaciara, região sudeste de Mato Grosso, esperam, ao menos, 50 milímetros em uma semana para iniciar o plantio.
“A gente fica muito ansioso e preocupado com a chuva. Estamos entre a cruz e a espada. O custo de um plantio de soja é muito alto, então, não pode errar. Atrasando o plantio do algodão, depois vai faltar água no final. Às vezes, fica inviável o plantio do algodão”, pontua.
Segunda safra de milho também pode ser afetada
Neste ano, excepcionalmente, o Vazio Sanitário mudou de data e começou mais cedo em Mato Grosso. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), comenta que a preocupação é que a maioria dos produtores do estado, fazem a segunda safra de milho.
“Agora já começa a estreitar a janela do milho, o que pode comprometer o milho lá na frente como também, a soja. Por esse atraso, variedades da oleaginosa que são adaptadas para esse plantio, no início de setembro, começam a sair do momento certo acarretando na perda de produtividade”, afirma.
A Aprosoja-MT estima que esta safra de soja chegue a 42 milhões de toneladas.
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