CEO do Carrefour da França pede desculpas ao Brasil
O Grupo Carrefour divulgou nesta terça-feira (26) comunicado de retratação quanto às declarações de Alexandre Bompard, CEO da empresa na França, de que a varejista não iria mais adquirir carnes provenientes do Mercosul. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirma o recebimento de carta assinada com esclarecimentos.
No documento, Alexandre Bompard esclarece que a declaração dada na última semana, que gerou manifestações de repúdio por parte do setor produtivo brasileiro, lideranças políticas, indústrias e do Mapa, foi em apoio aos agricultores franceses que passam por uma grave crise.
O CEO do Carrefour na França afirma ainda reconhecer a alta qualidade da carne brasileira, seu sabor e o respeito às normas ambientais e sanitárias.
“Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpa”, diz trecho do documento recebido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.
No Brasil o Grupo Carrefour também opera com as lojas Atacadão e Sam’s Club. Em Mato Grosso as operações são apenas com lojas Atacadão.
Repercussão em Mato Grosso
Em Mato Grosso, produtores, entidades de classe e lideranças políticas classificaram o pronunciamento do CEO do Carrefour na França como “protecionismo econômico, disfarçado muitas vezes de ambiental”.
Em suas redes sociais, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), criticou o posicionamento e sugeriu um “boicote” dos consumidores às empresas do Grupo Carrefour no Brasil. Ele ainda afirmou que a situação é mais uma “conversa fiada” e que a declaração nada mais era do que uma confirmação de que a França quer usar o meio ambiente para criar barreiras contra o agronegócio brasileiro e demais países da América do Sul.
Em nota, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) pontuou que o protecionismo econômico de muitos países, especialmente da França, “cria barreiras fantasmas para reduzir a capacidade produtiva” do estado.
A Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) ressaltou, também em nota, que a Lei Antidesmatamento, assim como a moratória da soja, que a União Europeia tenta impor aos produtores brasileiros, e que entra em vigência em dezembro de 2025 para grandes empresas e em junho de 2026 para pequenas e média, é mais uma que “ignora nosso código florestal e desrespeita a soberania da legislação brasileira”.
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