Cientistas revelam os micróbios que podem viver no seu micro-ondas | FTN Brasil
RAVENNA ALVES
DO METRÓPOLES
Presentes na maioria das cozinhas, os fornos de micro-ondas são frequentemente vistos como aparelhos práticos e indispensáveis. Uma nova pesquisa, no entanto, revela uma informação inquietante sobre eles: esses aparelhos domésticos também são morada para muitos micróbios.
Cientistas da Universidade de Valência e da Darwin Bioprospecting Excellence SL, da Espanha, mapearam os microbiomas desses eletrodomésticos e descobriram comunidades microbianas que variam conforme o ambiente e o uso do aparelho.
O estudo, publicado na Frontiers in Microbiology, analisou amostras do ambiente interno de 30 micro-ondas – sendo 10 deles de residências individuais, 10 de espaços compartilhados (como refeitórios ou salas de descanso) e 10 de laboratórios de biologia molecular.
A pesquisa utilizou técnicas avançadas de sequenciamento e cultura para identificar os micróbios presentes.
Perfil microbiano variado
Nos micro-ondas domésticos, as bactérias identificadas são semelhantes às encontradas em outras superfícies de cozinha, incluindo gêneros como Klebsiella, Enterococcus e Aeromonas.
“Embora essas espécies possam representar algum risco à saúde, os níveis encontrados não são mais preocupantes do que os de outras áreas comuns da cozinha”, destacaram os autores em comunicado.
Já os micro-ondas usados em laboratórios apresentaram a maior biodiversidade microbiana, com espécies conhecidas por resistirem a condições extremas, como altas doses de radiação, temperaturas elevadas e dessecação. Entre os microrganismos identificados, destacam-se Deinococcus, Hymenobacter e Sphingomonas.
“Esses táxons são característicos de ambientes expostos a severas pressões seletivas, como painéis solares ou mesmo resíduos nucleares, embora os micróbios encontrados em nossos micro-ondas não sejam tão resistentes quanto esses últimos”, afirmaram os pesquisadores.
Como limpar seu micro-ondas
Embora os micróbios encontrados nos micro-ondas domésticos não sejam tão perigosos quanto os resistentes encontrados em laboratórios, o estudo reforça a necessidade de cuidados com a limpeza. Respingo de alimentos e resíduos acumulados podem criar condições propícias para a proliferação de bactérias.
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“O micro-ondas pode não ser tão estéril quanto imaginamos. Mesmo os micróbios que vivem na nossa pele podem resistir ao calor e à radiação dentro dele”, ressaltam os cientistas.
Para manter o aparelho livre de riscos, a recomendação é simples: limpe-o regularmente com detergente, especialmente após respingos de alimentos, o que evita o acúmulo de bactérias e mantém a segurança do que você consome.