Comunidade Escolar protesta contra decisão da Seduc em fechar período noturno na Escola Estadual Prof. Vanil Stabilito | FTN Brasil

Comunidade Escolar protesta contra decisão da Seduc em fechar período noturno na Escola Estadual Prof. Vanil Stabilito | FTN Brasil
Publicado em 22/11/2024 às 2:51

PAULA VALÉRIA

DA REDAÇÃO

Na noite da última terça-feira (19), trabalhadores da educação de Mato Grosso,  pais e estudantes foram para às rua em manifestação contra a política de fechamento de salas de aula, na Escola Estadual Prof. Vanil Stabilito. A ação contou com o apoio da comunidade local, que se uniu contra a política do Governador Mauro Mendes e do Secretário Alan Porto. A medida gerou forte resistência entre a comunidade escolar, que vê no fechamento um prejuízo para a educação local.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), subsede de Várzea Grande, a Escola Estadual Prof. Vanil Stabilito, situada no Bairro Cohab Nossa Senhora da Guia, em Várzea Grande, é um ponto de referência para cerca de 150 estudantes que frequentam o Ensino Médio Regular e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos turnos da noite. A instituição de ensino, que atende moradores de 16 bairros da região, é a única unidade estadual oferecendo esse serviço à comunidade local, incluindo bairros como Colinas Verdejantes, Centro Sul, Jardim Icaraí, Parque Del Rei, Nova Era, Jardim Paiaguas, Novo Horizonte, entre outros.

O fechamento das salas de aula do período noturno, forçará esses estudantes a buscarem outras instituições para dar continuidade aos seus estudos, o que pode representar um grande desafio, principalmente para aqueles que dependem da Escola Vanil Stabilito como única opção na região. 

A comunidade escolar manifestou grande revolta diante da determinação da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) de fechar salas de aula no período noturno. Considerada uma medida arbitrária e autoritária, a decisão gerou um protesto expressivo, com a participação de trabalhadores da educação, estudantes e pais, que tomaram as ruas ao redor da escola com carro de som, faixas, cartazes e palavras de ordem.

Professor Juscelino Dias de Moura, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/VG), criticou duramente a falta de diálogo do governo com a comunidade escolar. Em sua avaliação, ao invés de fechar salas de aula e escolas, o governo deveria trabalhar para melhorar o acesso à educação, oferecendo mais cursos no período noturno e tornando as escolas mais atrativas para os estudantes. Ele também defendeu a ampliação da oferta de educação integral, para garantir que os adolescentes tenham mais oportunidades e sejam afastados da vulnerabilidade nas ruas.

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“O governo tem que entender que ele está a frente de uma organização pública, uma unidade política (o Estado) e que ele é passageiro. Ele não está administrando a sua própria empresa, não está administrando o quintal de sua casa. Ele está administrando um Estado, onde ele tem por obrigação de respeitar a população, respeitar a comunidade escolar, respeitar as várias legislações que asseguram os direitos das pessoas, que asseguram os direitos dos jovens e adolescentes de serem ouvidos em questões que afetam diretamente suas vidas. Isso é abuso de poder do governo que faz o que quer, do jeito que ele quer, sem diálogo com o público que paga os impostos. O governo tem que ter mais humanização, tem que ter mais sensibilidade com as pessoas, especialmente com esses jovens e adultos que estudam no período noturno na Escola Vanil Stabilito, que muitos são mães, pais e trabalhadores que vem direto do trabalho para a escola”, completa o professor.

“Se a intenção do governo é economizar, que faça essa economia em outras áreas, como por exemplo nas construções de alto custos, nas diminuições das renúncias fiscais, onde o governo abre mão de parte da arrecadação de tributos, impostos, taxas e contribuições, para beneficiar grandes empresas. Não venha querer fazer economia no lombo dos estudantes que tanto precisam da escola. Não vamos aceitar isso”, declaro o presidente do Sintep/VG.