Estes foram os mais belos eventos astronômicos de 2024

Estes foram os mais belos eventos astronômicos de 2024
Publicado em 30/12/2024 às 10:17

Não faltaram eventos astronômicos extraordinários em 2024, como eclipses, passagens de cometas, chuvas de meteoros, duas Superluas, tempestades solares recordistas e auroras espetaculares, que encantaram os observadores do céu.

Esses foram apenas alguns dos destaques entre os diversos fenômenos celestes deste ano, que também contou com as tradicionais conjunções astronômicas, além de movimentações planetárias, ocultações e muito mais.

Vamos relembrar os eventos astronômicos mais incríveis do ano:

Eclipses

O ano de 2024 teve quatro eclipses: dois da Lua e dois do Sol. Ocorrido em 25 de março, o primeiro foi um eclipse lunar penumbral (saiba mais aqui). Esse evento pôde ser visto na Antártida, no Alasca, no nordeste da Rússia e no continente americano (incluindo o Brasil).

O outro eclipse lunar do ano aconteceu em 18 de setembro e foi parcial – e parte do Brasil pôde testemunhar uma fração do evento.

Registro do Olhar Digital do eclipse lunar parcial de 18 de setembro. Crédito: Ana Luiza Figueiredo / Olhar Digital

Já os eclipses solares aconteceram em 8 de abril e 2 de outubro, sendo que o primeiro foi total, e o segundo, anular. O eclipse solar total foi observado apenas na América do Norte, enquanto o outro pôde ser acompanhado por um amplo caminho através do Oceano Pacífico e do sul da América do Sul, iniciando no sul do Havaí, no Pacífico Norte, e se estabelecendo ao norte da Geórgia do Sul, no Atlântico Sul. 

Muito pouco desse trajeto atravessou solos, com apenas Rapa Nui (Ilha de Páscoa) e partes do sul do Chile e da Argentina dentro do caminho da anularidade – ou seja, podendo testemunhar a formação de um “Anel de Fogo” no céu.

Eclipse solar anular de 2 de outubro, visto da Ilha de Páscoa. Crédito: Time and Date

Em algumas áreas do Brasil foi possível observar parte do evento. Os estados que puderam ver o eclipse parcial do Sol, em ordem crescente de maior percentual ocultado do astro foram: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Bahia.

Sem dúvida, em se tratando de cometas, 2024 foi o ano deles: C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) e C/2024 S1 (ATLAS), que disputaram o título de mais brilhante do século. No entanto, enquanto o primeiro garantiu apenas a liderança da década, o segundo não conseguiu resistir à passagem próxima do Sol e acabou morrendo sem atingir uma luminosidade significativa.

Descoberto em 27 de setembro no Havaí pelo projeto ATLAS (Sistema de Último Alerta de Impactos de Asteroides com a Terra), o cometa C/2024 S1 foi inicialmente identificado como objeto “A11bP7I”. Após observações adicionais, foi confirmado como membro da família de cometas rasantes Kreutz, que recebeu esse nome em referência ao astrônomo alemão Heinrich Kreutz, o primeiro a demonstrar uma relação entre eles.

Isso gerou grande expectativa, uma vez que alguns cometas desse grupo são conhecidos por desenvolver impressionantes caudas luminosas depois de passarem pelo ponto mais próximo do Sol. Infelizmente, no entanto, não foi o caso, já que o C/2024 S1 (ATLAS) não sobreviveu a esse encontro, ocorrido em 28 de outubro.

Cometa C2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS. Créditos: Gianni Tumino

Já o C/2023 A3 permaneceu visível até o fim do ano, embora cada vez mais distante da Terra em sua jornada sem volta para longe do Sistema Solar. 

Chuvas de Meteoros

Existe um calendário oficial das chuvas de meteoros, eventos que sempre acontecem nas mesmas épocas, todos os anos. Por exemplo, em maio, sempre temos a chuva de meteoros Eta Aquaridas, que é causada quando a Terra passa pelos detritos da última passagem do cometa famoso Halley. Outra chuva que vem do mesmo objeto é a Oriônidas, que acontece em outubro

Também merece menção a notável Perseidas, que marca o mês de agosto, e a Geminídeas, de dezembro, que nos dias de atividade máxima permite testemunhar até 120 “estrelas cadentes” por hora, dependendo do local de observação e das condições do céu.

Observatório Heller & Jung, no Rio Grande do Sul, equipado com 20 câmeras, registrou em torno de 1.280 meteoros da chuva Geminídeas durante sete horas em 9 de dezembro. Crédito: Observatório Heller & Jung

Superluas

Este ano, tivemos duas Superluas (embora alguns acreditem que tenham sido quatro). Resumidamente, seguindo o conceito estabelecido pela astronomia, para ser classificada como “super”, a Lua precisa entrar na fase cheia em até 24 horas antes ou depois de chegar ao perigeu (ponto mais próximo da Terra). 

Em 2024, isso aconteceu apenas em setembro e em outubro. No caso de setembro, a fase cheia se iniciou às 23h34 (horário de Brasília) do dia 17. O perigeu lunar foi alcançado, por sua vez, às 10h22 do dia seguinte. Em outubro, aconteceu o oposto: a Lua atingiu o perigeu no dia 16, às 21h50, e ficou totalmente cheia no dia seguinte, às 8h26.

Superlua no céu em 17 de outubro de 2024. Crédito: Reprodução Redes Sociais

Apesar de alguns meios de comunicação terem divulgado que as luas cheias de agosto e novembro também seriam “super”, se for seguir à risca a concepção acordada do termo, elas não se enquadram.

Em agosto, ela ficou cheia no dia 19, mas só atingiu o perigeu mais de 30 horas depois. E, em novembro, a Lua chegou ao perigeu às 8h15 do dia 14, ficando totalmente cheia quase 34 horas mais tarde, às 18h28 do dia seguinte. 

Leia mais:

Máximo Solar e tempestades recordistas

Em outubro, a NASA anunciou que o Sol atingiu o pico de atividade no ciclo atual de 11 anos – o chamado máximo solar, que era previsto pelos astrofísicos para acontecer em meados de 2025.

Não à toa, 2024 registrou eventos recordistas relacionados ao Sol, como uma erupção X14, a mais violenta desde 2003, e a maior tempestade geomagnética dos últimos 20 anos, ocorrida em maio, que provocou auroras de norte a sul do globo, inclusive com exibições próximas ao Brasil.

Outros

Neste ano, também houve inúmeras movimentações no Sistema Solar, com grande parte delas noticiadas pelo Olhar Digital, como ocultações, corpos celestes em afélio e periélio, além de conjunções da Lua com os planetas ou interplanetárias. Merece destaque um encontro próximo entre Marte e Júpiter, que se deu em agosto e só vai se repetir em 2033.

Você está convidado a permanecer conosco em 2025, para acompanhar todos os eventos astronômicos marcantes do ano que vem – e neste link estão 10 deles, confira!