​Ex-secretário da Seaf Luluca Ribeiro é suspeito de apagar documentos no dia de sua demissão, aponta investigação | FTN Brasil

​Ex-secretário da Seaf Luluca Ribeiro é suspeito de apagar documentos no dia de sua demissão, aponta investigação | FTN Brasil
Publicado em 04/10/2024 às 11:31

ELISA RIBEIRO

DA REDAÇÃO

 A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR) está investigando a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SEAF) por suspeitas de irregularidades envolvendo o Instituto de Natureza e Turismo (Pronatur).

O ex-secretário Luluca Ribeiro (MDB) é um dos suspeitos de apagar documentos na Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) no dia em que ele e mais quatro servidores do primeiro escalão da pasta foram demitidos, em julho deste ano.  Luluca foi um dos alvos da Operação Suserano, por irregularidades em contratos da Seaf com o Instituto de Natureza e Turismo Pronatur.

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Foram excluídos arquivos dos setores de Gabinete de Direção, Coordenadoria de Patrimônio e Almoxarifado e Coordenadoria de Convênios, setores que se relacionam com o instituto, organização da sociedade civil que presta serviços para o Estado para “fomentar, desenvolver e orientar projetos voltados para o desenvolvimento e valorização de comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas e que visam o desenvolvimento rural e a agricultura familiar”. Também é investigada a identidade de quem mexeu nos arquivos, já que várias pessoas tinham acesso aos computadores da Seaf.

Conforme as apurações, mais de R$ 31 milhões foram repassados ao Pronatur em 2024, sem licitação, via emendas parlamentares impositivas. Os recursos foram usados para compra de equipamentos agrícolas, sem evidências de realização de atividades de fomento, como cursos ou assessoria técnica.

Outra suspeita é sobre as irregularidades nos kits agrícolas distribuídos aos pequenos produtores foi levantada pela Controladoria Geral do Estado (CGE), que encontrou um sobrepreço de R$ 10,2 milhões nos materiais. Na época, Luluca teria justificado que a pasta tinha problemas de controle do material, o que levou a “erros institucionais” e que o preço estimado dos kits tinha como base os orçamentos apresentados durante a licitação.

Na Operação Suserano foram alvos ainda os servidores da Seaf demitidos junto com Luluca: Clóvis Cardoso, Talvany Neverth, Ricardo Pereira e Aline Rosendo. Também tiveram bens apreendidos e sofreram mandados de busca e apreensão o empresário Alessandro do Nascimento, sua filha Ana Caroline do Nascimento, o sobrinho dele Matheus dos Santos, além de Diego de Souza, Rita de Cássia do Nascimento, Wilker Silva – presidente do Pronatur -, Yhuri de Almeida, Luzenildo da Silva e Leonardo Ribeiro.

A DECCOR bloqueou R$ 28 milhões dos envolvidos e autorizou a quebra de sigilo telefônico.