PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A Polícia Federal encontrou em um HD do ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes, um documento que servia como um roteiro para deputados bolsonaristas durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023.
O documento, de três páginas e datado de 16 de maio de 2023, detalhava estratégias para desgastar o governo Lula, atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal, e apoiar a libertação de envolvidos nos atos golpistas. Entre as orientações estavam acusações contra o governo federal de omissão e leniência, e sugestões de responsabilizar a gestão de Lula pelos danos causados nas depredações. O objetivo era também enfraquecer a autoridade de ministros do STF, como Alexandre de Moraes, e apresentar a atuação da Polícia Federal como abusiva.
Mário Fernandes foi preso em 19 de novembro de 2024, acusado de envolvimento em uma trama golpista que incluiu a elaboração de planos para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Este plano, que remonta a 2022, fazia parte de uma tentativa de desestabilizar o governo e as instituições democráticas do país.
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Roteiro
O roteiro encontrado pela Polícia Federal, datado de 16 de maio de 2023, revela detalhes de como figuras bolsonaristas planejavam influenciar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, instalada dias depois.
O documento, com três páginas, delineava estratégias para criar uma narrativa que envolvia ataques ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal.
A ideia central era enfraquecer o governo, responsabilizando-o pela omissão nas invasões de 8 de janeiro e apresentando o governo como conivente com os golpistas. Além disso, o roteiro sugeria usar a CPMI para pressionar por pedidos de impeachment contra o presidente e atacar a atuação do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O documento foi criado em maio de 2023, traz orientações detalhadas para a oposição bolsonarista durante a CPMI do 8 de Janeiro. Essas orientações, chamadas de “ideias-forças”, tinham a intenção de atacar várias frentes, incluindo o governo federal, o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF). As “ideias-forças” tinham as seguintes finalidades:
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Desgastar o governo federal: A estratégia era acusar a administração de Luiz Inácio Lula da Silva de omissão e de não ter tomado medidas preventivas contra os atos golpistas, mesmo sabendo dos riscos de depredações e invasões.
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Enfraquecer o STF: Buscava-se deslegitimar o STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de ser um defensor de ações autoritárias, além de tentar gerar um ambiente favorável a pedidos de impeachment.
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Atacar a Polícia Federal: O plano visava criticar a atuação da PF, apresentando-a como abusiva e acusando-a de cumprir ordens ilegais, particularmente no que se referia às prisões de envolvidos nos atos de 8 de janeiro.