Governo cria estatal para lançar foguetes e satélites
O presidente Lula (PT) sancionou a lei que cria a Alada, estatal para lançamento comercial de foguetes e satélites privados a partir do Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que cria a Alada, estatal para explorar lançamento comercial de foguetes e satélites privados a partir do Brasil. A Lei 15.083 de 2025 consta na edição de sexta-feira (03) no Diário Oficial da União (DOU).
A companhia vai ser subsidiária da NAV Brasil, estatal criada em 2019 para desenvolver sistemas de navegação aérea para venda ao setor privado de aviação (até então, responsabilidade da Infraero). A companhia é vinculada ao Ministério da Defesa.
Nova estatal brasileira quer surfar na onda de lançamentos privados de foguetes e satélites
O foco da Alada é pesquisa, desenvolvimento e comercialização de tecnologias aeroespaciais. E seu objetivo é fortalecer a atuação no Brasil no setor para que o país participe de maneira mais ativa no mercado internacional de satélites e lançamentos espaciais.
- Traduzindo: a empresa vai tentar atrair recursos privados ao abrir para o mercado global os serviços de lançamento de foguetes e satélites a partir do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão.
- Vale mencionar: o mercado de lançamentos privados passa por expansão graças a empresas como SpaceX e Blue Origin.
Entre as funções estratégicas que a subsidiária poderá desempenhar, estão:
- Desenvolvimento e comercialização de tecnologias para navegação aérea e espacial;
- Pesquisa e certificação de equipamentos aeroespaciais;
- Proteção e gestão da propriedade intelectual de inovações na área;
- Apoio ao Comando da Aeronáutica em projetos para melhorar o controle do espaço aéreo;
- Gestão e operação de redes de satélites.
A Veja aponta que o projeto da Alada não esclarece quanto custará nem quantos funcionários terá. “Na justificativa ao Congresso [que aprovou em dezembro a criação na estatal], o governo diz que a empresa poderá contratar pessoal por tempo de até quatro anos para implantar a companhia, além de receber servidores civis e militares de outros órgãos.”
Leia mais:
Vantagens e desvantagens
Por um lado, a reportagem diz que o Brasil seria competitivo ao compensar a defasagem no desenvolvimento de foguetes com vantagens estratégicas. Quais vantagens? As seguintes:
- Alcântara é considerada um dos pontos mais favoráveis do mundo para lançamentos espaciais;
- Sua proximidade à linha do Equador reduz o consumo de combustível para colocar objetos em órbita;
- Tecnologia brasileira de satélites para monitoramento de biomas é referência global em políticas ambientais.
Por outro lado, a reportagem frisa que o orçamento brasileiro é “um tanto modesto” em comparação aos investimentos bilionários (em dólares) de potências como Estados Unidos, China e Índia. “Em 2024, a Agência Espacial Brasileira (AEB) recebeu R$ 135 milhões para custeio direto das operações, chegando a R$ 600 milhões com verbas de fundos científicos e parcerias internacionais.”
Pedro Spadoni é redator(a) no Olhar Digital