Hélio está acabando? Veja o que isso significa para o futuro

Hélio está acabando? Veja o que isso significa para o futuro
Publicado em 02/01/2025 às 8:59

O hélio, um gás nobre conhecido por sua leveza e inércia química, é amplamente utilizado em diversas áreas, como ressonâncias magnéticas, fabricação de semicondutores e balões de festa. Nos últimos anos, surgiram preocupações sobre a possível escassez desse recurso essencial. Mas, estaria o hélio acabando na natureza?

Mais do que simplesmente fazer balões voarem, o hélio é usado em diversas aplicações essenciais. Ele é fundamental na ressonância magnética, onde resfria os ímãs supercondutores necessários para o funcionamento dos aparelhos.

Na fabricação de semicondutores, o hélio desempenha um papel importante ao criar ambientes controlados e livres de contaminação. Além disso, é utilizado em pesquisas científicas, no setor aeroespacial e até na exploração de petróleo e gás, onde ajuda a detectar vazamentos em sistemas pressurizados. Sua versatilidade vai muito além da diversão em festas, sendo indispensável em muitas áreas críticas da tecnologia e saúde.

H2 Clipper/Divulgação

O hélio é formado no interior da Terra por meio do decaimento radioativo de elementos como urânio e tório. Durante esse processo, partículas alfa são liberadas e, ao capturarem elétrons, se transformam em átomos de hélio.

Com o tempo, o hélio migra através das rochas e fissuras, acumulando-se em reservatórios subterrâneos junto ao gás natural. Isso significa que, enquanto houver atividade radioativa no planeta, o hélio continuará sendo produzido naturalmente.

Atualmente, a extração de hélio está intimamente ligada à produção de gás natural. Durante o processamento, o hélio é separado e purificado para uso comercial. No entanto, a eficiência dessa extração varia, e em vários campos de gás natural o hélio está acabando.

Balão de hélio
Imagem: Christine_Kohler / iStock

Além disso, quando liberado na atmosfera, o hélio tende a escapar para o espaço devido à sua baixa massa molecular, tornando sua recaptura praticamente impossível.

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A demanda global por hélio tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionada por suas aplicações médicas, industriais e científicas. Apesar disso, afirmar que estamos prestes a ficar sem hélio é um exagero. Especialistas explicam que o verdadeiro desafio está em capturar e armazenar o hélio antes que ele se perca na atmosfera.

O professor Reidar G. Trønnes, da Universidade de Oslo, afirma que, embora as reservas acessíveis sejam limitadas, a produção natural de hélio na Terra continuará por bilhões de anos. Isso significa que não enfrentamos um esgotamento iminente, mas sim a necessidade de desenvolver técnicas mais eficientes de extração e uso.

Nos primeiros momentos do cosmos, uma “sopa de partículas subatômicas” deu origem ao hidrogênio, com pequenas quantidades de hélio e lítio, à medida que o Universo esfriava. Crédito: Jurik Peter – Shutterstock

A natureza do hélio apresenta desafios únicos, já que ele pode escapar facilmente por materiais porosos devido à sua leveza e inércia. Por isso, aprimorar as técnicas de captura e armazenamento é essencial para garantir um suprimento sustentável. Além disso, iniciativas de reciclagem em ambientes industriais e de pesquisa podem contribuir significativamente para a conservação desse recurso.

Por exemplo, práticas de recuperação de hélio usado em equipamentos de ressonância magnética ou processos de fabricação podem aliviar a pressão sobre as reservas naturais. A conscientização pública também desempenha um papel importante. Embora o uso de hélio em balões de festa represente uma fração mínima do consumo total, práticas mais responsáveis e restrições ao uso podem ajudar a preservar esse recurso.

Em resumo, o hélio não está acabando na natureza, mas é necessário adotar uma gestão mais eficiente para garantir que ele continue disponível para aplicações essenciais. Investir em tecnologias avançadas, reciclar e promover o uso consciente são passos importantes para assegurar a disponibilidade desse gás para as gerações futuras.

Com informações de Sciencenorway.no