História mais antiga do mundo pode ter 100 mil anos
Nossos ancestrais costumavam olhar muito para o céu. Não é por acaso que as estrelas fazem parte de muitos relatos da antiguidade. Pensando nisso, pesquisadores decidiram encontrar qual poderia ter sido a inspiração da primeira história que se tem conhecimento.
Segundo eles, a resposta está nas Plêiades, também conhecidas como as Sete Irmãs, um dos aglomerados estelares mais reconhecíveis no céu noturno. Elas se formaram há cerca de 100 milhões de anos e estão ente as mais brilhantes.
Histórias gregas e aborígenes são inspiradas nas Sete Irmãs
- Essas estrelas, como tantas outras, têm mitos ligados a elas por culturas antigas ao redor do mundo.
- O mais interessante é que existem histórias bastante semelhantes e muitas mencionam as Sete Irmãs.
- Na mitologia grega, as Plêiades eram filhas de Atlas e Pleione.
- Como Atlas estava ocupado sustentando o céu, ele não pôde proteger suas filhas.
- Para evitar que fossem perseguidas por Órion, o caçador, Zeus as transformou em estrelas.
- Já mitos aborígenes contam que um caçador tenta perseguir as irmãs, exatamente como Órion faz na lenda grega.
- Em ambos os casos, são sete irmãs que aparecem nas histórias, mesmo que, a olho nu, apenas seis estrelas sejam visíveis.
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Outra estrela era visível no céu há milhares de anos
A semelhança entre as histórias impressiona ainda mais pelo fato dessas culturas não terem tido contato por milhares de anos. Os ancestrais dos europeus e dos australianos se separaram há cerca de 100 mil anos, quando saíram da África, e só voltaram a se encontrar em 1788, quando os britânicos invadiram a região.
Isso sugere que a história das Sete Irmãs pode ter sido contada à luz das fogueiras num passado bastante remoto. O que corrobora com esta visão é justamente o que já foi citado aqui: como os mitos falam de sete estrelas se apenas seis são visíveis?
A resposta para esta pergunta é puramente científica. Através de simulações, os pesquisadores descobriram que há 100 mil anos uma sétima estrela, Pleione, teria sido visível. Hoje, ela está muito perto de Atlas e, portanto, parecem uma única estrela quando vistas a olho nu.
Em artigo publicado no The Conversation, Ray Norris, professor da Western Sydney University, na Austrália, afirma que “é possível que as histórias sejam tão antigas que nossos ancestrais contavam elas uns aos outros ao redor de fogueiras na África, há 100 mil anos atrás”. É claro que não é possível ter certeza disso, mas está poderia ser a história mais antiga da humanidade.