Jovem baleada pela PRF tem melhora progressiva e respira sem aparelhos, divulga hospital | FTN Brasil

Jovem baleada pela PRF tem melhora progressiva e respira sem aparelhos, divulga hospital | FTN Brasil
Publicado em 05/01/2025 às 22:05

PAULA VALÉRIA

DA REDAÇÃO

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia 24 de dezembro de 2024, teve uma melhora clínica progressiva. Ela não apresenta sinais de sequelas permanentes irreversíveis e está evoluindo positivamente. Juliana agora respira sem ajuda de aparelhos, está lúcida, consegue abrir os olhos e interagir com o ambiente e as pessoas ao seu redor.

O boletim médico divulgado no sábado (4) pela direção do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, informou que Juliana Leite Rangel apresentou significativa melhora clínica.

O boletim médico também revelou que Juliana Leite Rangel passou por uma traqueostomia no último dia 30 de dezembro, um procedimento cirúrgico que cria uma abertura na traqueia para facilitar a respiração. No entanto, ela já começou a respirar de maneira espontânea, o que permitiu que fosse retirada do suporte de ventilação mecânica. Juliana está utilizando a ventilação mecânica apenas em períodos específicos para a fisioterapia respiratória.

Na quinta-feira (2) a sedação foi totalmente suspensa. “Desde então ela vem evoluindo as condições neurológicas, apresentando abertura ocular espontânea, boa interação com o ambiente e as pessoas, se mostrando lúcida, obedecendo a comando, mobilizando os quatro membros e apresentando sensibilidade preservada”, descreve o boletim médico.

Do ponto de vista neurológico, completa o boletim, “a paciente vem progredindo o nível de consciência, sem novos déficits, recuperando as funções motoras e cognitivas ainda de maneira incipiente, mas sem sinais de sequelas permanentes irreversíveis”.

O hospital informou que o processo de reabilitação psicomotora já foi iniciado e seguirá de acordo com a tolerância da paciente. Juliana Rangel continua em terapia intensiva, acompanhada pelo serviço de neurocirurgia em conjunto com equipe multidisciplinar.

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Relembre o caso

Juliana foi atingida por um tiro de fuzil na noite da véspera de Natal, dentro do carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias.

Segundo o pai da vítima, que dirigia o carro, não havia nenhum motivo para a abordagem a tiros. Ele também foi atingido na mão esquerda e recebeu alta ainda na noite de terça-feira. O carro da família, de cinco pessoas, ficou com várias perfurações por tiro.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando o caso. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação está apurando todos os casos de excessos cometidos durante as abordagens feitas pelos seus agentes. Em resposta à ocorrência, os três policiais envolvidos, sendo dois homens e uma mulher, foram afastados preventivamente de suas atividades operacionais enquanto a investigação prossegue.

Vale ressaltar que o incidente ocorreu poucas horas após o governo federal ter publicado um decreto que regulamenta o uso da força durante operações policiais. O decreto estabelece que o “emprego de arma de fogo será medida de último recurso”, um princípio que visa restringir o uso de força letal a situações de extrema necessidade.