O que são filmes Body Horror? Conheça o subgênero de filmes de terror

O que são filmes Body Horror? Conheça o subgênero de filmes de terror
Publicado em 21/11/2024 às 2:09

O gênero de horror é um dos mais populares e cativantes, com uma base de fãs fervorosos que adoram as histórias envolventes e atmosferas sombrias. Dentro desse gênero, existem inúmeros subgêneros que exploram medos, traumas, pesadelos e inquietações profundas da mente humana. Entre eles, o body horror (ou horror corporal) se destaca por sua abordagem visceral e perturbadora.

Esse subgênero se manifesta em várias mídias, desde o cinema até quadrinhos, videogames e séries de TV. Neste artigo, exploramos o que compõe o body horror e como ele se tornou um dos mais impactantes dentro do universo do terror.

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Tetsuo: O Homem de Aço (Tetsuo, ‘iron man’) 1989 / Crédito:Kaijyu Theatre (reprodução)

O que é Body Horror?

O horror corporal ou horror biológico é um subgênero do terror que explora as violações gráficas e psicológicas do corpo humano. Essas representações podem incluir mutações, mutilações, doenças, deformações grotescas e movimentos não naturais dos membros, além de conter elementos de sexualidade perturbadora e distorções físicas extremas.

Crimes do Futuro ( Crimes of the Future) 2022/ Crédito: Serendipity Point Films (reprodução)

Inspirado pelo horror gótico da literatura, esse subgênero se popularizou e consolidou principalmente no cinema, em que o terror surge da criação de corpos monstruosos em metamorfose. Essas transformações físicas, além de visualmente chocantes, também carregam uma profunda carga psicológica, refletindo medos existenciais. As mutações podem ser interpretadas como uma metáfora para doenças, deterioração do corpo ou perda de controle sobre si mesmo.

No body horror, o corpo grotesco se torna uma representação dos medos e angústias do mundo, funcionando como um veículo para transmitir desconforto e o sobrenatural. O subgênero explora a fragilidade humana e o quanto o corpo pode ser manipulado, transformado ou destruído, gerando uma sensação de vulnerabilidade extrema.

A Sociedade dos Amigos do Diabo (Society) 1992 / Crédito: Wild Street Pictures (reprodução)

Body Horror em diferentes mídias

Videogames

O body horror tem bastante presença nos jogos. Alguns exemplos incluem:

Dead Space / Crédito: Visceral Games
  • Dead Space (2008): Um survival horror em que o jogador enfrenta alienígenas grotescos, os Necromorphs, que são cadáveres humanos com deformação.
  • The Evil Within (2014): Mistura terror psicológico e horror corporal, com criaturas deformadas e cenários que exploram a deformação física.
  • Resident Evil 7: Biohazard (2017): O body horror aparece nas infecções e mutações grotescas dos personagens.
  • Scorn (2022): Inspirado no trabalho de H.R. Giger, este jogo explora ambientes perturbadores e criaturas deformadas.
Resident Evil 7: Biohazard / Crédito: Capcom

Quadrinhos

O body horror é também um subgênero forte nos quadrinhos, com histórias que exploram as distorções físicas de seus personagens.

  • Black Hole (Charles Burns): Foca em adolescentes que sofrem mutações grotescas devido a uma doença sexualmente transmissível.
Quadrinho de Black Hole / Crédito: Darkside Books

Mangás

O Japão tem uma tradição rica no body horror, especialmente por meio de mangás que mesclam o grotesco com o surreal.

  • Uzumaki (Junji Ito): Explora uma cidade amaldiçoada por espirais que distorcem os corpos de seus habitantes.
  • Tomie (Junji Ito): Conta a história de uma mulher imortal cujo corpo se regenera continuamente, mesmo após ser mutilado.
  • Parasyte (Hitoshi Iwaaki): Alienígenas invadem corpos humanos, levando a deformações e controle parasitário.
Uzumaki
Uzumaki / Crédito: Adult Swim/Divulgação

Body Horror: autores e obras icônicas

Alguns dos autores e diretores que mais exploraram o body horror no cinema incluem:

  • David Cronenberg: Diretor de filmes como A Mosca e Videodrome, é um dos mestres do horror corporal.
  • Stuart Gordon: De Re-Animator (1985).
  • Takashi Miike: Diretor japonês de filmes como Audition (1999) e Ichi the Killer (2001)
  • Clive Barker: Escritor e diretor de filmes como Hellraiser, que explora a mutilação e o grotesco em profundidade.
  • Julia Ducournau: Diretora francesa que ganhou destaque com Raw (2016) e Titane (2021)
Titane (2021) / Crédito: Kazak Productions