Os ganhos da pecuária nos sistemas de integração
Depois de 12 anos de pesquisas na Embrapa Agrossilvipastoril, os primeiros resultados sobre os sistemas de produção da integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF), já são vistos. Os eucaliptos cumpriram a sua função e agora, viram cavaco no mercado de biomassa.
Durante o período de pesquisa, a pecuária, por exemplo, passou por três ciclos. Os animais foram colocados em quatro ambientes diferentes – só com pastagem, pastagem com eucalipto – sistema silvipastoril, o ILPF e lavoura e pastagem. Esse sistema, resultou no sistema de produção chamado Precocidade, Produtividade e Sustentabilidade (PPS).
O médico veterinário e um dos pesquisadores da Embrapa, Luciano Bastos Lopes, conta ao MT Sustentável desta semana que acompanhou a parte da pecuária e destaca pontos relevantes.
“No nascimento dos bezerros, tanto na pecuária e floresta, como na lavoura e pecuária, nós conseguimos bezerros com 10 quilos a mais no nascimento. Isso foi bastante expressivo”, conta.
Mais saúde animal nos rebanhos
Já no que diz respeito à sanidade animal, foi percebido que nos sistemas triplos, os melhores resultados foram no ponto de vista sanitário com menor carga de parasitária e melhor resposta de sistema imune.
“Vimos também a deposição de gordura na região da garupa. Um indicador de precocidade sexual, assim como o GF1 que é um hormônio que também avaliamos. Nessas duas variáveis, o indicador mostra maior chance de o animal chegar a precocidade mais rápido dentro desses sistemas integrados”, explica.
No conforto térmico, os sistemas com ranks simples ou triplos diminuem em torno de 10% e 20% com relação aos índices de conforto térmico nos animais.
Do ponto de vista da pecuária, o trabalho concluiu que sistemas consorciados são melhores em todas as variáveis pesquisadas. A única ressalva é com relação à pastagem no sistema integrado com árvores. No qual, ocorre uma pequena perda de produtividade no pasto, mas que pode ser corrigido com a poda das árvores.
“A gente pretende fazer dois aplicativos. Um para o vaqueiro conseguir saber para onde vai mandar um lote e para qual sistema vai ser determinado. E um de sistema pro escritório que vai gerenciar a fazenda como um todo”, pontua Luciano.
Com a primeira fase da pesquisa concluída, a segunda etapa já se inicia. Desta vez, novos componentes vão ocupar o espaço em busca de informação para uma produção agropecuária, cada vez mais, sustentável.
“Iremos iniciar um novo ciclo onde vai entrar a teca também. Então, algumas áreas com teca consorciadas, inclusive, com eucalipto na mesma área. Mais um ciclo de longo prazo para podermos avaliar o sistema como um todo”, finaliza.
*Texto corrigido por Ana Moura.
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