Otan tem plano para evitar apagão global de internet
A ideia da Otan é combinar os cabos submarinos e comunicações via satélite, o que garantiria um fluxo contínuo de dados
A guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como os conflitos no Oriente Médio, têm gerado uma série de temores. Entre eles está o de um possível ataque contra a comunicação global, o que poderia simplesmente tirar a internet do ar. Analistas afirmam que este não é um medo irracional, com alguns acontecimentos reforçando esta hipótese.
Nos últimos dias, por exemplo, um navio de carga foi atingido por mísseis lançados pelo grupo rebelde iemenita Houthi, provocando a queda da âncora da embarcação, que cortou três cabos submarinos no fundo do Mar Vermelho. Isso causou prejuízos ao tráfego de internet entre a Europa e a Ásia, e fez com que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pensasse em alternativas para evitar um possível apagão.
Cabos submarinos têm sido alvo de sabotagem
- Atualmente, entre 95% e 99% de todas as transmissões de dados de internet são realizadas via cabos submarinos.
- Estas estruturas são bastante finas e se estendem por cerca de 1,2 milhões de quilômetros ao redor do planeta.
- São aproximadamente 600 cabos atravessando os oceanos e interligando este complexo sistema.
- O grande problema é que a rede é considerada extremamente frágil, já que avarias em apenas um desses cabos podem causar até mesmo o isolamento digital de certas regiões do planeta.
- Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), entre 100 a 150 cabos submarinos são cortados anualmente, principalmente por equipamentos de pesca ou âncoras arrastadas.
- E ultimamente os casos de sabotagem têm aumentado.
- A Rússia foi acusada de estar por trás de danos causados em estruturas no Mar Báltico no final do ano passado, o que o Kremlin afirma serem insinuações “bastante absurdas”.
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Nova rede de internet traria mais segurança
Preocupada com a vulnerabilidade do sistema que, além da internet, transmite comunicações de defesa e mais de US$ 10 trilhões em transações financeiras diárias, a Otan quer desenvolver uma rede híbrida. A ideia é combinar os cabos submarinos e comunicações via satélite, o que garantiria um fluxo contínuo de dados.
Orçado em US$ 2,5 milhões (R$ 15,3 milhões), o projeto conta com a colaboração internacional dos membros da aliança militar. Ele está sendo desenvolvido por equipes das universidades de Cornell, Johns Hopkins, Bifröst, e de Defesa Sueca, além do Instituto de Tecnologia Blekinge, ETH Zurique, Marinha Real Sueca, governo islandês e diversas empresas privadas.
A previsão é que um protótipo funcional do novo sistema entre em operação no prazo de dois anos. No entanto, os primeiros testes podem acontecer ainda em 2025. De acordo com a Otan, a nova rede traria muito mais segurança e reduziria consideravelmente o risco de apagões de internet.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital