Prefeito quer abrigar moradores de rua e usuários de drogas no antigo prédio da Assistência Social e oferecer refeição em Restaurante Popular | FTN Brasil
ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O prefeito Abilio Brunini (PL) esteve em visita com o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em área frenquentada por moradores de rua e usuário de drogas próxima a rodoviária, Além da região da rodoviária, eles visitaram o Beco do Candeeiro.
O objetivo é retirá-los das ruas de Cuiabá e realocar os usuários de drogas que ficam instalados próximo a Rodoviária de Cuiabá e no Beco do Candeeiro, no centro da cidade, para o antigo prédio da Secretaria de Assistência Social, localizado na Avenida das Torres. A proposta será apresentada ao Ministério Público e ao Judiciário de Mato Grosso, e ação para implementação da medida já começa na próxima semana.
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“De imediato a gente vai apresentar ao Ministério Público uma proposta de ação para que a gente possa desocupar esse local. Nós não vamos permitir mais que continuem em local como esse. Antes disso vamos fazer uma limpeza geral na segunda-feira e apresentar uma proposta de realocação. […] Não vamos mais aceitar a continuidade desse de sistema na cidade, que é abastecido pelo tráfico de drogas”, afirmou Abilio citando que câmeras do programa Vigia Mais serão instaladas no local.
Segundo ele, será disponibilizado aos moradores de rua assistência social e de saúde. “Nós estamos montando uma proposta de realojamento no antigo prédio da Assistência Social com saúde, assistência social, com apoio com psicólogo e tatas outras áreas para poder dar suporte”, disse.
“Não podemos incentivar políticas para morar nas ruas, nós precisamos ter políticas para sair das ruas, para ter reestabelecimento de vidas. Aqui é quase um suicídio”, completou o prefeito.
Outra medida que será adotada é o fim da entrega de marmitas em pontos estratégicos da cidade. Abilio afirma que será destinado um local específico para que os moradores de rua façam suas refeições, um exemplo disso é o famoso Restaurante Popular. No entanto, o município ainda possui cerca de dois meses de contrato com uma empresa terceirizada que fornece as marmitas nas ruas. Conforme o prefeito, o acordo não será renovado.
“Não quero mais continuar com esse programa de entregar marmitas nas ruas, não quero nem que a sociedade faça isso. A gente vai estabelecer um local de refeição. Não queremos mais que isso continue, porque todo tipo de facilitador para que as pessoas permaneçam nas ruas, prejudica todas as ações para nós tentarmos tirá-los de lá”, explicou dizendo que o contrato com a empresa que fornece o alimento encerra em dois meses e não será renovado.
“Enquanto o contrato está se encerrando, a gente já prepara a ação ‘pós-fim’ do contrato. Acho que acaba em dois meses. Vamos distribuir no Restaurante [Popular] mesmo. As pessoas que quiserem se alimentar terão um local próprio para isso, onde vai ter assistente social, exames de saúde e alguns outros cuidados. Sempre visando tirar as pessoas da rua, não incentivando ficar nas ruas”, disse.
Abilio explica que não haverá aplicação de multas e quer a população se concientize que é preciso mudar este cenário. Sendo assim, sua proposta é estabelecer uma “parceria” para que as atividades solidárias aconteçam sob as novas regras municipais. “O primeiro passo é a conscientização. A gente não quer sair aplicando multas em que está fazendo papel de solidariedade, não é nosso interesse. Vamos chamá-las [entidades], perguntar se querem oferecer esses alimentos em locais específicos e a gente pode dar suporte para que ofereçam lá. Mas orientar que não pode ser feito em via pública”, disse.
Questionado se será adotado medidas compulsórias para retiras as pessoas das ruas, Abilio nega. O gestor também frisa que não obrigará estrangeiros em situação de rua a voltarem para o seu local de origem. “Não vamos obrigar ninguém a fazer isso, nós vamos ofertar possibilidades para que querem voltar para as suas famílias e cuidar da sua saúde. A nossa proposta e dar condições para essas pessoas voltem para as suas famílias”, enfatizou.
Abílio citou que levar o Poder Judiciário e o Ministério Público para essa vistoria tem o objetivo de apresentar suas propostas para atender os moradores de rua. Segundo ele, é um caso de saúde pública, pois existe insalubridade, falta de higiene, além do consumo de entorpecentes.
Porém, o gestor frisou que a proposta não é apenas atender o grupo que ali vive, mas sim de criar mecanismos para que eles retomem suas vidas, fora das ruas. “Não é uma coisa bonita morar na rua. Não podemos criar políticas para morar na rua, temos que ter políticas para sair das ruas, política de restabelecimento de vidas”.
Abilio também propôs o que havia prometido em sua campanha eleitoral, que as pessoas em situação de rua que desejam voltar para seus estados de origem tenham as despesas bancadas pela prefeitura. “Não vamos obrigar ninguém a fazer isso. Vamos ofertar a oportunidade para aqueles que querem voltar aonde está sua família voltar e cuidar da sua saúde, da sua vida, onde está sua família. Nossa proposta é dar condições para que essas pessoas voltem para sua família, porque entre os entes queridos, pode ser que com apoio familiar, a pessoa pode sair dessa situação”, explicou.